BOM NATAL NO CLUBE DE CINEMA
Coral da Unimed faz apresentação especial, em 18/12/2010-sáb., antes da exibição do filme "Mediterraneo", na sala Emílio Pedutti Filho, do CCM.
Plateia saboreia atentamente os acordes da apresentação.
Prestigiando a cantata de Natal: Estela, Lurdinha e Ilda.
A festa continuou domingo (19/dez.) com: Luis Eduardo, esposa de sr.Pedro e Mary Profeta.
(elisilvéria)
Da esquerda para a direita, parte do grupo presente na confraternização de 19-dez (domingo). Na frente: Pedro, Márcia Schafer, Elionora, e Fábio; Marilena (ao lado.de Fábio), Lurdinha (agachada), Ilda e dona Nair.
Atrás: Cleusa, Cláudia, Estela, Diva (blusa roxa), casal Mônica e Altino, dr. Alexandre e Mary Profeta.
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Como parte das celebrações de fim de ano, os associados do Clube de Cinema de Marília reuniram-se em animada comemoração festiva realizada na sede do CCM, à sala “Emilio Pedutti Filho”, localizada no piso superior da Biblioteca Municipal.
No dia anterior, 18 de dezembro, o Coral da Unimed já havia abrilhantado a noite de sábado com seu tradicional repertório natalino, a que se seguiu a habitual apresentação de um filme, para o qual todos estavam convidados. Na ocasião, o presidente do CCM, Dr. Altino Luiz Silva Therezo, ressaltou a reinserção do Clube no cenário cultural da cidade, estando projetados para 2011 o relançamento do jornal “O Curumim” e a realização de concursos de música, de redação e de fotos que versem sobre cinema e a vida que ele retrata. Também foram apresentados os nomes de sócios reintegrados e de novos associados: Dr. Gustavo Rojas, Dr. Carlos Rodrigues, Dr. Everton Gigglio, Dr. Augusto Vilani e Dr. Roberto Cimino (filho do fundador do CCM) que, assim como vários outros, poderão usufruir de bons filmes, comumente fora do circuito comercial, com temas que em geral levam à reflexão e ao melhor entendimento da vida e de nós mesmos.
Torne-se você também um sócio do CCM. Venha participar desta comunidade integrada e animada que somos nós. É o que desejamos a todos, com votos de um Feliz Natal e um 2011 repleto de bons filmes e realizações pessoais. (dr.Altino)
CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA
Secretaria Municipal da Cultura e Turismo
Sala “Emílio Pedutti Filho”
Av. Sampaio Vidal, 245 / Sessões: sábados e domingos às 20h15 /
E-mail: ccmclubedecinema1952@hotmail.com
Olá amigos do CLUBE,
Em meio à agitação das festas que explodem por todo lado nessa época do ano, NÃO deixem de acompanhar a programação preparada com todo carinho para nós. A primeira atração é o filme "Bem vindo", no dia 08 de janeiro, logo após o Réveillon.
BOM NATAL e EXCELENTE 2011.
08/01/2011: Sábado - BEM-VINDO (Welcome) - Direção: Philippe Lioret. Elenco: Vincent Lindon, Firat Avverdi, Audrey Dana. França 2009 Drama 110min. Sinopse Tudo o que o jovem refugiado curdo Bilal quer é fugir da guerra no Iraque e reencontrar sua namorada. Porém, não será uma tarefa fácil, já que agora ela vive na Inglaterra, onde ele sequer pode entrar. Assim, ele decide tentar de qualquer forma chegar ao país, mas a única coisa que consegue é ser um imigrante ilegal em Calais, na França. Lá, além de fugir da rigorosa polícia, ele tem que descobrir uma forma de cruzar a fronteira. Para isso, o rapaz decide que irá cruzar a nado o Canal da Mancha, apesar de não saber nadar. Desta forma, ele entra em contato com Simon, professor de natação de uma piscina pública da cidade. Com problemas no casamento com uma voluntária que ajuda os imigrantes, o francês enxerga em Bilal a chance perfeita para reconquistar sua amada. Porém, como na França é crime qualquer ajuda a um imigrante ilegal, Simon terá que se arriscar para conseguir que seu novo amigo esteja pronto para atravessar o canal.
09/01/2011: Domingo - CLIMAS (Iklimer) – Direção: Nuri Bilge Ceylan. Elenco: Ebru Ceylan, Nuri Bilge Ceylan, Nazan Kirilmis, Mehmet Ervilmaz, Arif Asci, Can Ozbatur. Turquia/França 2006 Drama 101min. Sinopse Isa (Nuri Bilge Ceylan) é um desatento professor universitário. Seu comportamento na sala de aula parece se repetir em casa, quando não presta atenção na jovem esposa Bahar (Ebru Ceylan), que trabalha numa emissora de TV. Egoísta, Isa se comunica com a mulher de forma quase rudimentar e monossilábica. Ela, por sua vez, tem ataques de choro e um comportamento infantil. Isa e Bahar são duas figuras solitárias, arrastadas pelo clima em constante mudança de seu eu interior, em busca de uma felicidade que já não lhes pertence.
15/01/2011: Sábado - DIREITO DE AMAR (A Single Man) - Direção: Tom Ford. Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode, Jon Kortajarena. EUA 2009 Drama 100min. Sinopse Dilacerado pela recente morte de seu amante de longa data em um trágico acidente, George Falconer (Colin Firth) mantém as aparências, ainda visto por outros como um homem no controle. Mas em um dia crucial em 1962, no ensolarado sul da Califórnia onde ele criou raízes, este professor universitário urbano se vê no limite da sua vida. Ele vai descobrir os ecos do passado no presente e vislumbrar versões alternativas do futuro - incluindo a forte possibilidade de nenhum futuro para si mesmo.
16/01/2011: Domingo - O PEQUENO NICOLAU (Le Petit Nicolas) – Direção: Laurent Tirard. Elenco: Maxime Godart, Valérie Lemercier, Kad Merad, Sandrine Kimberlain, François-Xavier Demaison. França/Bélgica 2009 Comédia 91min. Sinopse Nicolas é um garoto muito amado pelos pais que leva uma vida tranquila. Até o dia em que ouve uma conversa entre seus pais que o faz achar que a mãe está grávida. Nicolas entra em desespero e já pensa no pior: ao nascer um irmão, eles deixarão de lhe dar mais atenção. Para escapar de seu terrível destino o menino faz campanha para mostrar a seus pais o quanto é indispensável.
22/01/2011: Sábado - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES (Män som hatar kvinnor) – Direção: Niels Arden Oplev. Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Be, Björn Granath, Ewa Fröling, Michalis Koutsogiannakis, Annika Hallin, Sofia Ledarp. Suécia 2009 Suspense 152min. Sinopse Harriet Vanger desapareceu há 36 anos, sem deixar pistas na ilha de Hedeby, um local que é quase propriedade exclusiva da poderosa família Vanger. Apesar da longa investigação policial, a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. Mesmo depois de tanto tempo, seu tio decide continuar as buscas, contratando o jornalista investigativo da revista Millennium, Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), que não está em um bom momento de sua vida e enfrenta um processo por calúnia e difamação. Mas, quando o jornalista une-se a Lisbeth Salander (Noomi Rapace), uma investigadora particular nada usual, incontrolável e antissocial, a investigação avança muito além do que todos poderiam imaginar.
23/01/2011: Domingo - A MASSAI BRANCA (Die Weisse Massai) - Direção: Hermine Huntgeburth. Elenco: Nina Hoss, Jacky Ido, Katja Flint, Antonio Prester, Janeke Rieke. Alemanha 2005 Drama 132min. Sinopse Em seus dias de férias no Quênia, Carola (Nina Hoss) apaixona-se por um guerreiro Lemalian, Samburu (Jacky Ido), que chama atenção por suas armas e roupas tradicionais. Fascinada, Carola cancela seu vôo de retorno de uma forma impulsiva e manda seu namorado (Janek Rieke) voltar sozinho para casa. Ela fica no Quênia e inicia uma busca para encontrar Samburu.
29/01/2011: Sábado - DIÁRIO PERDIDO - Direção: Julie Lopes-Curval. Elenco: Catherine Deneuve, Marina Hands, Marie-Josée Croze, Michel Duchaussoy, Jean-Philippe Écoffey. França/Canadá 2009 Drama 105min. Sinopse Ao visitar os pais na sua cidade natal, na França, Audrey (Marina Hands) descobre o diário de sua avó Louise (Marie-Josée Croze), a única lembrança de uma mulher que abandonou sua família cerca de 50 anos antes. A busca de Audrey por compreensão, revela um segredo familiar guardado em silêncio pelos anos, que vai, em última instância, aclarar a relação que tem com a mãe, Martine (Catherine Deneuve).
30/01/2011: Domingo - FEIOS, SUJOS E MALVADOS (Bruttti Sporchi e Cattivi) - Direção: Ettore Scola. Elenco: Nino Manfredi, Maria Luisa Santella, Francesco Anniballi, Maria Bosco, Giselda Castrini. Itália 1976 Comédia 115min. Sinopse Giacinto (Nino Manfredi) mora com a esposa, os dez filhos e vários outros parentes num barraco de uma favela romana. Todos querem roubar o dinheiro que ele ganhou do seguro por ter perdido um olho quando trabalhava. A situação fica ainda pior quando ele decide levar a amante para dentro de casa. Vencedor do prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes concorreu também à Palma de Ouro. FEIOS, SUJOS e MALVADOS é um dos melhores exemplos do trabalho de Ettore Scola, humano e atemporal, apresenta sua realidade tragicômica e faz rir sem deixar de emocionar.
Agradecimentos: À Bimatos Videolocadora (3422-5766) e Canal 10 Videolocadora (3454-9038)
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(elisilvéria)
A Árvore dos Tamancos / L’Albero degli Zoccoli; De: Ermanno Olmi, Itália-França, 1978.
O que mais chama a atenção neste longa de pouco mais de três horas de projeção é o Realismo. Não exatamente aquele neo-realismo que fez escola no cinema italiano, mas um jeito de tratamento que busca, o tempo todo, aproximar, tornar o espectador íntimo daquilo que vai sendo contado. O ritmo, mais lento que aquele que estamos acostumados a ver, também contribui para dar ainda mais verossimilhança, como se o tempo fosse determinado por elementos naturais como a lua, o sol, as estações do ano.
O filme reconstitui a vida numa fazenda da Itália, no começo do séc. XX, onde vivem cinco famílias pobres na condição de colonos.
A árvore dos tamancos é considerado a obra prima do diretor Ermanno Olmi, tendo sido premiado em Cannes 1978. Nele, o diretor optou por trabalhar com atores não profissionais. São pessoas simples, cuja sabedoria é forjada na dureza do arar a terra, abater os animais, colher, vender o produto do seu trabalho, tratar de doenças, do nascimento, da morte, enfim, que não parecem representar, mas simplesmente viver a árdua labuta do homem do campo. Essa seria uma característica do neo-realismo italiano, sendo seus maiores expoentes Roberto Rosselini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti, todos fortemente influenciados pelos filmes da escola do realismo poético francês.
Observando a forma como viviam os personagens nas moradias coletivas, pode-se entender melhor certo tipo de habitação bastante comum em São Paulo, capital, no começo do séc. XX: os cortiços. Os chamados CORTIÇOS, também conhecidos por “casa de cômodos ou cabeça de porco” eram habitações coletivas que abrigavam diversas famílias. Nelas, os imigrantes recém chegados podiam sentir-se mais acolhidos, mais próximos de sua cultura original, hábitos, idioma, podendo se apoiar mutuamente. Essas habitações, tão duramente condenadas em cidades como por exemplo Rio de Janeiro, na verdade não foram inventadas aqui pelos imigrantes que chegavam. Conforme se vê no filme, elas teriam origem muito mais antiga. Por volta de 1870 surgem os primeiros núcleos de cortiços nos bairros centrais da elite paulistana como Sé, Santa Efigênia, Bela Vista, sendo tais formas de habitação ainda mais antigas na cidade do Rio de Janeiro. E o fato interessante é que ainda existam em nossa sociedade: São Paulo, por exemplo, abriga ainda hoje, em torno de 600 mil moradores de cortiços. Quando escreveu o romance O Cortiço, em 1890, Aluísio Azevedo não poderia imaginar que esse tipo de moradia atravessaria todo o século vinte, chegando aos nossos dias basicamente com as mesmas características de exploração e insalubridade.
Entre outros aspectos A árvore dos tamancos é interessante ao permitir traçar um paralelo entre duas histórias vividas. Pois se no começo do século as famílias viviam uma existência limitada de trabalho duro, hábitos rígidos e possibilidades remotíssimas de ascensão ou melhora, muitas delas justamente vinham para o Brasil em busca de um futuro melhor. O filme também nos permite, entre outros aspectos, trabalhar a quebra da visão estereotipada que carregamos, de que os imigrantes sempre estiveram “numa boa”. Ele deixa muito claro que eram pessoas humildes, acostumadas a servir, respeitar os desígnios e leis da natureza, com profundo sentimento religioso, e acima de tudo, acostumadas ao trabalho duro. Italianos, portugueses, espanhóis, japoneses: imigrantes que se dedicaram à construção de um país moderno e que trabalharam tanto quanto os escravos e seus descendentes.
Entretanto, o filme fala de outras terras, um país distante onde a terra era do senhor, sendo o fruto do trabalho dividido entre o lavrador (uma parte) e senhor da terra (duas partes). Também as sementes eram do senhor, bem como as ferramentas. Era esse o regime vigente desde tempos mui antigos, porém, algo começa a acontecer; os ventos da mudança trazem o eco dos discursos e ações reivindicatórias dos estudantes que, ao questionarem aquele estado de coisas, são vistos como arruaceiros, sendo presos. Naquele lugar as pessoas eram exploradas, não pela cor da pele, mas por serem proletárias.
Bom filme para a gente entender certas influências desse povo que tanto contribuiu para o crescimento e modernização do Brasil, tendo chegado em grandes levas migratórias a partir de 1870-1880. Seus valores, costumes e principalmente a língua, que até hoje tem grande influência na fala do paulistano e outros povos. Impossível dissociar a história dos imigrantes da história dos escravos e trabalhadores livres pobres que viviam no Brasil, já que a vinda dos imigrantes deu-se em função do fim do regime escravocrata e começo do trabalho assalariado.
Terno, lírico, real, comovente... De alguma forma o “Realismo” de L’albero degli Zoccoli é diverso daquele mostrado em filmes brasileiros atuais como Cidade de Deus e Tropa de Elite (l e 2); e não me refiro apenas ao fato de traduzirem épocas completamente diferentes.
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(elisilvéria)
Este mês teremos atividades apenas até dia 19/DEZ, em virtude das tradicionais festas de fim de ano. Para compensar, a seleção de filmes está muito boa. Temos inclusive um filme argentino/norte-americano: "VIDAS QUE SE CRUZAM"/ 2008, de Guillermo Arriaga; a comédia italiana "MEDITERRÂNEO", de 1991; além de mais três filmes europeus, que são sempre uma boa pedida.
CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA
Secretaria Municipal da Cultura e Turismo
Sala “Emílio Pedutti Filho”
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PROGRAMAÇÃO – DEZEMBRO/2010
04/12/2010: Sábado O PROFETA (Prophète) - Direção: Jacques Audiard. Elenco: Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif, Hichem Yacoubi, Reda Kateb. França/Itália 2009 Drama 155min. Sinopse Condenado a seis anos de prisão, Malik El Djebena, meio árabe, meio córsico, é analfabeto. Ao chegar à prisão, totalmente sozinho, ele parece mais jovem e mais frágil do que os outros presos. Ele está com 19 anos. O líder da facção dos córsicos dá a Malik uma série de “missões” a serem cumpridas. Ele aprende rápido e se fortalece, ganhando a confiança do chefe da facção. Malik usa toda a sua inteligência para desenvolver discretamente o seu plano.
05/12/2010: Domingo A GAROTA DA FÁBRICA DE CAIXA DE FÓSFOROS (Tulitikkutehtaan tyttö) – Direção: Aki Kaurismäki. Elenco: Kati Outinen, Elina Salo, Esko Nikkari, Vesa Vierikko, Silu Seppälä. Finlândia 1990 Drama 72min. Sinopse Iris trabalha como supervisora de embalagens numa fábrica de caixas de fósforos. Em pé, ao lado de uma esteira, verifica se as etiquetas estão coladas corretamente nos pacotes. Terminado o serviço vai para a depressiva casa da mãe e do padrasto, onde prepara o jantar, além de outras tarefas. Tudo em silêncio, sem receber agradecimentos ou qualquer tipo de gentileza. Quando sai para se divertir, cabisbaixa, vê as outras jovens sendo tiradas para dançar, enquanto leva um "chá-de-cadeira". Seu rosto só relaxa quando repousa no ombro do primeiro homem que a conduz à pista. Iris passa a noite no apartamento do desconhecido. Ele a confunde com uma prostituta e logo deixa claro que não deseja mais vê-la. Diante de uma vida tão despida de encantos, a jovem operária acolhe com alegria a notícia de que está grávida. Outras decepções aguardam a moça, pois os seres humanos não param de desapontá-la. Desta vez ela vai agir.
11/12/2010: Sábado A JOVEM RAINHA VICTÓRIA (The Young Victoria) - Direção: Jean-Marc Vallée. Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent. Inglaterra 2009 Drama 100min. Sinopse Crônica da ascensão da Rainha Vitória ao trono, focando nos primeiros anos do seu turbulento reinado e o lendário romance e casamento com o Príncipe Albert.
12/12/2010: Domingo VIDAS QUE SE CRUZAM (The Burning Plain) - Direção: Guillermo Arriaga. Elenco Charlize Theron, Kim Basinger, Jennifer Lawrence, José María Yazpik, Joaquim de Almeida, Tessa la, Diego J. Torres. EUA/Argentina 2008 Drama 110min. Sinopse O passado e o presente podem ter um efeito curioso sobre as pessoas separadas pelo espaço e pelo tempo. Mariana, uma garota de 16 anos está tentando unir as vidas destroçadas de seus pais em uma cidade na fronteira do México. Sylvia, uma mulher que vive em Portland deve realizar uma odisséia emocional para apagar um pecado de seu passado. Gina e Nick, um casal que tem de lidar com um intenso e proibido caso; e Maria, uma jovem garota que precisa ajudar seus pais a encontrar a o perdão e o amor. Os cincos começarão suas próprias jornadas em busca de redenção e descobrirão que suas ações poderão fazer a diferença entre a vida e a morte.
18/12/2010: Sábado MEDITERRÂNEO (Mediterraneo) – Direção: Gabriele Salvatores. Elenco: Diego Abatantuono, Claudio Bigagli, Giuseppe Cederna, Claudio Bisio, Gigio Alberti. Itália 1991 Comédia 89min. Sinopse Durante a II Grade Guerra, com a missão de defender o lugar contra uma possível invasão inimiga, um punhado de soldados é deixado numa pequena ilha do mar da Grécia. Mas o vilarejo parece abandonado e como não tem nenhum único inimigo a vista os soldados aproveitam o tempo para relaxar um pouco. Porém, a ilha não está deserta e quando os habitantes do local percebem que os soldados italianos são inofensivos, saem de seus esconderijos nas montanhas para dar seqüência a suas pacíficas vidas. Portanto, logo os soldados descobrem que serem deixados para trás em uma paradisíaca ilha grega esquecida por Deus, não é uma coisa tão ruim assim...
19/12/2010: Domingo A LUZ DA CIDADE (Thomas Kinkade's Home for Christmas) - Direção: Michael Campus. Elenco: Jared Padalecki, Marcia Gay Harden, Peter O'Toole, Aaron Ashmore, Richard Burgi, Geoffrey Lewis, Chris Elliott, Richard Moll, Kiersten Warren, Jay Brazeau, Charlotte Rae. EUA/Canadá 2008 Drama 96min. Sinopse O filme imagina as inspirações do artista Thomas Kinkade enquanto pintava o quadro The Christmas Cottage, além de mostrar como o artista resolveu explorar suas capacidades como pintor quando descobriu que sua mãe estava prestes a perder a casa da família.
Agradecimentos: À Bimatos Videolocadora (3422-5766) e Canal 10 Videolocadora (3454-9038)
(elisilvéria)
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De Catherine Corsini, França, 2009
Com: Kristin Scot Thomas(Suzanne), Sergi López (Ivan), Yvan Attal (Samuel), Bernard Blancan (Rémi), Aladin Reibel (Dubreuil), Alexandre Vidal (David), Daisy Broom (Marion); Argumento e roteiro: Catherine Corsini e Gaëlle Macé; Produção Pyramide Productions,Caméra One; Cor, 85 min
PARTIR - bom filme de adultério, tema comumente abordado por realizadores franceses, num enredo muito bem montado e amarradinho.
O começo parece apontar um caminho, com a sequência da esposa que, feições crispadas, levanta-se da cama. A imagem abre para uma geral externa da bela casa, então, ouve-se um tiro. A partir desta cena é que realmente começa PARTIR, de Catherine Corsini, que, fazendo um flashback* de seis meses, esclarece o encadeamento e o porquê dos fatos atuais.
Vendo este filme, mudei crenças e conceitos que sabia, ou pensava conhecer. Até então eu pensava conhecer as coisas e seus opostos. Aquilo que a gente aprende em listas quando ainda está na escola primária. Por exemplo, o contrário de frio é quente; o de alto é baixo; o de amor, ódio. Certo? Bem, de acordo com o enredo de Partir, eu diria que nem tanto.
A história meio comum: mulher casada de classe média alta (SUZANNE), dois filhos adolescentes, formada fisioterapeuta, cujo marido é médico (SAMUEL), lá pelas tantas resolve retomar sua carreira, interrompida quando fez opção pelo lar, o marido e os filhos. Nada demais até aí, não fosse o fato de vir a se envolver emocionalmente com alguém (IVAN) – pedreiro encarregado da reforma do seu futuro consultório.
A narrativa, de certo modo fica centrada na figura da mulher - (Kristin Scott Thomas -atriz inglesa- foi muito elogiada pela crítica ao dar um show de interpretação) – embora os demais personagens do triângulo amoroso também mereçam destaque. No desenrolar da trama, a gente percebe que Suzanne é uma esposa burocrática, dona de casa eficiente e mãe padrão. Suas atitudes com os filhos não agregam uma dose a mais de carinho, enquanto o relacionamento com o marido é um tanto formal e até meio distante, talvez pela rotina de vinte anos iguais. De repente ela conhece Ivan (Sergi López), apaixona-se, e a atração entre eles é intensa e imediata. A chamada “química perfeita”.
O marido, quando descobre o caso, quer saber quem é ele e quantas vezes aconteceu, tornando-se possessivo ao extremo. Sua próxima atitude, (ao menos a que pareceria mais lógica, era ele passar a odiar a mãe de seus dois filhos pela traição a tudo que prometeram, os anos de dedicação, amizade, intimidade. Entretanto, não é o que acontece. Aquela porção de amor, - se é que algum dia existiu - ao desabar, não faz surgir o desamor ou o ódio, mas o apego e sentido de posse do macho ferido no mais profundo de seu ser. SAMUEL – o marido - então desenvolve uma possessão quase doentia, que não mede os limites de seus atos. Na lógica do traído, um jogo de absurdos, onde a felicidade dela, vislumbrada além muros, fora do lar, é justamente o que ele não admitiria nunca jamais. Com o passar do tempo ele vem a exibir todo seu poder, usando toda força, toda a obstinação de que é capaz, apenas para tê-la a seu lado, ainda que sem amor, amizade ou prazer. Sua, somente sua, esposa que retoma o lugar que lhe é predeterminado: em casa; ao seu lado. Para ter de volta sua rotina ele é capaz de chegar à negação absoluta de tudo que diga respeito às necessidades e desejos dela, que com o amante redescobriu (ou descobriu?) o amor e o prazer.
Há uma linha tênue entre Amor e Obsessão. O Amor que ela salvou acaba desaguando numa paixão impossível. O Amor dele (marido) transmutou-se em vinagre, aço e fel. Foi a perdição dos três.
Bem no fundo, dos dois, (Suzanne e Samuel)- talvez a pessoa mais inteira fosse exatamente ela, que, apesar de tudo, conseguiu manter parte do seu Eu aberto a mudanças. Ela permitiu-se errar, mesmo sabendo que pagaria o preço.
Partir... uma história densa. Passou no Clube de Cinema.
(*) Flashback: memória repentina de um fato do passado.
(elisilvéria)
Em Um Corpo que Cai (Vertigo), o mestre Hitchcock está em sua melhor forma. Acredito que seu maior talento consiste em multiplicar camadas de significados sem que nenhuma delas rompa completamente uma com as outras truncando o fluxo da narrativa. Vertigo é tudo o que Cristopher Nolan queria fazer em seu ambicioso A Origem, mas que foi perdido em um formalismo exibicionista. Aliás, revendo Metrópolis, de Fritz Lang, percebi que A Origem cai num problema similar ao proposto por aquele filme: “como multiplicar camadas de significados sem fazer com que o público se perca completamente nas associações?” A solução de ambos foi apelar para o didatismo, o que não tira a força de Metrópolis, especialmente por seu caráter alegórico que sempre direciona o sentido para outro lugar, mas empobrece muito a narrativa de Nolan, prendendo o espectador à forma e ao brilhantismo egocêntrico do diretor. Foi o preço pago pela inovação: as camadas de significado vão sendo inseridas bruscamente ao longo do filme por meio de cortes radicais que inserem novas camadas narrativas e não uma multiplicidade de sentidos, presentes desde o início. É o que Leonardo Di Caprio deixa bem claro, uma idéia bastante simples (no fundo, uma questão de cunho comercial), que precisa se tornar um grande aparato hollywoodiano, o filme que assistimos. No frigir dos ovos, entretanto, a forma sobressai e atoniza o conteúdo.
Desde a tomada inicial de Vertigo, Hitchcock deixa claro que seu assunto vai para além de (sem deixar também de ser) um simples caso de mistério. Ainda nos créditos iniciais a câmera focaliza o belo rosto de Kim Novak, para, na seqüência, fechar em close primeiro na boca, e depois nos olhos da atriz. Está dado o mote da discussão que permeia todo o filme. Áudio-visual, o próprio cinema, o processo de (re)constituição da história para o espectador. O crítico Ismail Xavier costuma enfatizar bastante essa dimensão do cinema de Hitchcock, a genialidade com que o cineasta coloca em cena um terceiro elemento: o próprio espectador, ou melhor, seu olhar. Outro clássico nessa linha é Janela Indiscreta, em que o cineasta coloca como protagonista (de novo James Stewart com cara de Ivo Holanda inglês, aquele sujeito absolutamente comum). Um detetive que não pode andar, reconstruindo um crime a partir de pistas tiradas do processo de observação das janelas dos apartamentos vizinhos - fazendo com que seus filmes discutam seu próprio processo de constituição, requisito que os torna exemplares (ou quase) do cinema moderno, suscitando a admiração declarada de cineastas como Truffault.
No caso de Um corpo que cai, é clara a relação entre o detetive vivido por James Stewart e o espectador. O que acompanhamos no filme é a construção de uma fantasia, uma ficção feita para apanhar\cativar o detetive\espectador. No encontro inicial entre o detetive e o suposto marido, este constrói uma história que é uma farsa total, completamente absurda e inverossímil, que tornaria o filme mais próximo de um terror lado B mal feito. O detetive, como o espectador, a princípio não cai na lorota, mas, por fim aceita a proposta que vai ser sua perdição: ao invés de negar completamente desde o início, aceita dar uma observada de leve na moça. Igual aqueles filmes em que a gente diz: “vou assistir só um pedacinho”. Aberta essa concessão, tudo está perdido e lá se vai hora e meia. No momento em que ele aceita o contrato, tudo se perde e acompanharemos com ele a transformação daquela ficção inverossímil em verdade cinematográfica, com direito a história de amor romântica com macho protetor e fêmea inocente perdida. A genialidade do filme consiste, entre outras coisas, em não abrir mão por nenhum momento de seu caráter de história absurda - que fica ainda mais evidente pelo contraste com a rudeza da segunda parte, em que a moça é uma descarada (a típica mulher moderna para o cineasta, um tipo que ele detesta e sempre faz questão de desmascarar ou matar – veja Os Pássaros, Psicose, etc.) e o homem é um ser completamente em frangalhos. Acompanhamos a moça por cenários fantásticos típicos, como cemitérios, igrejas abandonadas, museus antigos, etc. A mensagem transmitida é bastante clara: vou construir para o detetive\espectador um cenário de novela romântica do século passado, só que deixando bem claro que não estamos no século passado, e fazendo com que ambos embarquem completamente nessa fantasia e a sintam como realidade. Melhor ainda, vou nitidamente construir essa realidade na frente de seus olhos, e ainda assim você vai cair como um patinho. Alguém aí duvidou da morte da moça? Tanto o filme é sobre a construção desse olhar que o primeiro contato efetivo entre o detetive e a esposa só se dá depois de um longo tempo. Antes acompanhamos diversas sequências sem diálogo, em que a história é construída pelo diretor\marido para o detetive\espectador, até atingir seu clímax, quando Madeleine se atira ao rio, e seu salvador pronta e pateticamente corre para salvá-la. Sim, Hitchcock está nos tirando e manipulando o tempo todo neste filme, desde o início.
Uma das cenas do filme é bastante paradigmática nesse sentido, sendo um dos marcos da história do cinema. Cristopher Nolan deveria ter mesmo feito um intensivão Hitchcock, e estudado essa cena por meses antes de se arriscar com A Origem, pois toda a idéia de multiplicação de camadas narrativas está contida nessa única cena, por conta da multiplicidade quase infinita de camadas de representação ali condensadas. É aquela em que o detetive segue Madeleine até o museu, e encontra a moça a olhar fixamente para um quadro, cujo figurino é bem próximo daquele que ela está usando no momento. Caso nos detenhamos com atenção sobre aquilo que está sendo representado, é absolutamente impressionante a quantidade de multiplicação de olhares presentes na constituição daquela fantasia. Nós, espectadores, estamos observando o detetive que está observando uma mulher que finge (representa) ser Madeleine, que pensa ser uma mulher do século passado, que observa um quadro de si, que por sua vez já é uma representação de alguém. Ao fim dessa quantidade absurda de mediações, o que temos não é a verdade, mas outra representação: o quadro, onde tudo começa\termina, nos devolvendo o olhar e (re)começando o jogo infinito de espelhamentos. O cinema e a vida como processo de construção é a raiz do mistério encenado pelo mestre do Suspense e do Cinema. Mas o filme vai além – estamos apenas na metade da história – colocando ainda outras questões, como se não bastasse a reflexão feita sobre o olhar cinematográfico em uma nada convencional história de suspense. E aqui podemos compreender a admiração do filósofo esloveno Zizek, um heterodoxo marxista lacaniano que escreveu um livro inteiro sobre o cineasta, ou antes, sobre como Hitchcock pode ajudar na compreensão da psicanálise lacaniana (Tudo o que você sempre quis saber sobre Lacan, mas tem medo de perguntar para Hitchcock – infelizmente sem tradução para o português). Pois é certo que acompanhamos a exposição do processo de construção dessa história estapafúrdia, fantasiosa, na qual embarcamos na maior boa vontade junto com o pobre detetive.
Mas o filme coloca em discussão ainda um segundo aspecto: o que acontece então quando essa ficção claramente construída nos é tirada abruptamente? A resposta é dada por aquela cena que mais parece uma viagem de ácido - outra ousadia técnica do filme, que utiliza inclusive animação. Depois do julgamento do reino masculino do qual o detetive é banido por incapacidade vem o desmoronamento da ficção do macho romântico protetor. É a perda da fantasia - e isso é fundamental - e não a perda da realidade, que causa o Trauma na personagem. O trauma é o fim abrupto da fantasia, a emergência do Real. A mensagem do filme não é, portanto, a de que o cinema é uma ilusão em que o espectador é levado a um simples processo de fuga da realidade. Mais complexo que isso, a ideia que sobressai é a de que essa fantasia (incluindo a cinematográfica) é uma componente estrutural fundamental de nossa realidade, dando forma a nossos desejos. A rigor não existe realidade sem o suporte da fantasia. O oposto da fantasia não é a realidade, e sim o Real traumático.
Na sequência do filme, pós-trauma acompanhamos o distúrbio psicológico do detetive, que teve sua vida arrasada, ficando por um longo período internado. Mas, mesmo após receber alta, percebemos que ele não consegue se recuperar completamente, vivendo sempre à procura de tudo que possa lembrar Madeleine, sem conseguir dar um rumo a sua própria vida, e muito menos descobrir alguma verdade por detrás dos acontecimentos passados. Seguimos uma subjetividade estraçalhada. Não um homem preso num mundo de fantasias, mas um homem sem fantasias. É aí que Hitchcock opera uma inversão genial no gênero policial - em seus grandes filmes ele sempre insere um elemento que rompe com o gênero em algum nível - ao fazer com que o protagonista descubra a verdade e se recupere do trauma, não indo atrás de vestígios e buscando pistas que permitirão a dedução lógica da verdade (modelo policial clássico), mas fazendo o caminho inverso, mergulhando outra vez na fantasia, reconstruindo-a como ela foi, enquanto farsa. É só quando ele consegue reconstruir Madeleine tal qual ela era para seu imaginário - o que implica em um processo de violência masculina e de submissão da mulher a esse imaginário, pois o olhar que se constrói no filme é masculino e culmina com a negação mais absoluta da mulher, sua morte no momento em que encarna por completo o papel que a nega e constitui - é que pode finalmente superar seu trauma, conseguindo desvendar a verdade, com resultados também trágicos, diga-se de passagem, especialmente para a mulher.
O filme trata do processo de construção da fantasia e da fantasia cinematográfica pelo olhar, mas trata também do grau de realidade dessa fantasia, seu caráter de estruturação simbólica do mundo. Como mostra a cena do museu, nada existe para além da multiplicação infinita dos olhares e das representações, sendo a verdade a própria constituição desse processo. A realidade, enquanto construção ficcional, ideológica, e o grau de realidade dessa ficção. Estão colocados o Cinema e a Indústria Cultural não como máquinas produtoras de fantasias, e sim, de realidades.
É pela complexidade das questões que suscita, sem perder seu caráter de entretenimento dos bons, que Vertigo é considerado um dos melhores filmes da história.
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(Pássaro Preto 18nov2010)
CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA
Secretaria Municipal da Cultura e Turismo
Sala “Emílio Pedutti Filho”
Av. Sampaio Vidal, 245 / Sessões: sábados e domingos às 20h15
E-mail: ccmclubedecinema1952@hotmail.com
Embora com algum atraso, conseguimos nos organizar e postar a relação dos filmes selecionados para este mês. Quem perdeu os dois primeiros ainda pode correr e pegar a sessão do dia 13/11.
PROGRAMAÇÃO do Clube – NOVEMBRO/2010
06/11/2010: Sábado A PROVA (Proof) - Direção: John Madden. Elenco: Gwyneth Paltrow, Anthony Hopkins, Hope Davis, Jake Gyllenhaal, Gary Houston. EUA 2005 Drama 100min. Sinopse Catherine (Gwyneth Paltrow) é uma jovem atormentada pelos anos em que esteve cuidando de seu pai, Robert (Anthony Hopkins), um gênio da matemática que sofria de esclerose no fim da vida. Temendo enlouquecer que nem seu pai, Catherine se afasta de todos e vive isolada em sua casa. Na véspera do seu aniversário de 27 anos reaparece em sua vida Claire (Hope Davies), sua irmã, e Hal (Jake Gyllenhaal), um ex-aluno de Robert. Hal deseja pesquisar nos 103 cadernos escritos por Robert em seus anos de esclerose, desejando encontrar algo que possa ter alguma lógica, mas também se interessa por Catherine. Já Claire chega à cidade desejando vender a casa da família e fazer com que Catherine more com ela em Nova York.
07/11/2010: Domingo SEDUÇÃO (Cracks) – Direção: Jordan Scott. Elenco: Eva Green, Maria Valverde, Jonathan White, Alistair Rumble, Barbara Adair. Inglaterra/Irlanda 2009 Drama 104min. Sinopse Mrs. G (Eva Green) é professora de uma austera escola para garotas. Enquanto a maioria das professoras são severas e rígidas, Mrs. G é uma mulher a frente de seu tempo, com espírito jovem e aventureiro, fazendo questão de transmitir isso para suas alunas. Mas, o destino está prestes a mudar, quando a jovem e bela Fiamma (Maria Valverde), uma estudante espanhola, se matrícula na escola. A garota insiste em preservar sua independência o que chama a atenção de Mrs. G. Conforme os laços se tornam mais íntimos, segredos e mentiras virão à tona com a descoberta de que a relação entre professora e aluna é mais do que simplesmente acadêmica.
13/11/2010: Sábado A ÁRVORE DOS TAMANCOS (L'Albero degli Zoccoli) - Direção: Ermanno Olmi. Elenco: Luigi Ornaghi, Francesca Moriggi, Omar Brignoli, Antonio Ferrari, Teresa Brescianini. Itália/França 1978 Drama 180min. Sinopse Vencedor por unanimidade da Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cannes, A Árvore dos Tamancos é a obra-prima do cineasta italiano Ermanno Olmi (A Lenda do Santo Beberrão). Conheça a vida e as dificuldades de uma comunidade de camponeses da região de Bérgamo, no norte da Itália. Uma das famílias decide colocar o filho na escola em vez de utilizá-lo na lavoura. É o início de uma série de problemas, pois a escola fica muito longe e eles mal têm condições de comprar roupas para o menino. É dificil não se emocionar com a história dessa gente humilde e trabalhadora, contada com muito realismo e poesia.
14/11/2010: Domingo NOVA YORK, EU TE AMO (New York, I Love you)– Direção: Zach Braff, Mira Nair, Emanuele Crialese, Brett Ratner, Natalie Portman, Shekhar Kapur. Elenco: Natalie Portman, Orlando Bloom, Shia LaBeouf, Julie Christie, John Hurt, Hayden Christensen, Rachel Bilson, Chris Cooper, Drea de Matteo, Ethan Hawke, Kevin Bacon, Bradley Cooper, Blake Lively, Christina Ricci, James Caan, Robin Wright Penn, Goran Visnjic. EUA/França 2009 Comédia/Romance/Drama 112min. Sinopse Seguindo a ideia de sucesso proposta em 'Paris, Eu Te Amo', agora com 'Nova York, Eu Te Amo' o romantismo é levado para a Big Apple. Doze cineastas assinam, cada um, um curta de cinco minutos para falar do amor. Além do elenco de estrelas, com participações de Kevin Bacon, Andy Garcia, Irrfan Khan, Shia LaBeouf e Christina Ricci.
20/11/2010: Sábado A FITA BRANCA (Dass Weisse Band) – Direção: Michael Haneke. Elenco: Susanne Lothar, Josef Bierbichler, Leonie Benesch, Gabriela Maria Schmeide, Leonard Proxauf. Áustria/França/Alemanha/Itália 2009 Drama/Mistério 144min. Sinopse Um vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. A história de crianças e adolescentes de um coral dirigido pelo professor primário do vilarejo e suas famílias: o barão, o reitor, o pastor, o médico, a parteira, os camponeses. Estranhos acidentes começam a acontecer e tomam aos poucos o caráter de um ritual punitivo. O que se esconde por trás desses acontecimentos?
21/11/2010: Domingo RETRATOS DE FAMÍLIA (Janeburg) - Direção: Phil Morrison. Elenco: Embeth Davidtz, Alessandro Nivola, Alicia Van Couvering, Will Oldham, Frank Hoyt Taylor. EUA 2005 Drama 106min. Sinopse A região sul dos Estados Unidos e o jeito simples de seus habitantes sempre encantaram a sofisticada marchand Madeleine (Embeth Davidtz). Recentemente ela se casou com George (Alessandro Nivola), nativo de uma cidade provinciana do sul. Quando ela tem que visitar um pintor que mora perto da cidade natal do marido, o casal decide aproveitar a oportunidade para apresentar Madeleine à família dele. De repente Madeleine se vê no meio de estranhos desconfiados que não pretendem recebê-la como membro da família. Com a única exceção de Ashley (Amy Adams), esposa do irmão mais novo de George, que se encanta com Madeleine e decide tratá-la como sua mais nova amiga de infância.
27/11/2010: Sábado QUANTO VALE OU É POR QUILO? - Direção: Sérgio Bianchi. Elenco: Ana Carbatti , Cláudia Mello , Myriam Pires , Leona Cavalli , Umberto Magnani. Brasil 2005 Drama 104min. Sinopse Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.
28/11/2010: Domingo A LESTE DE BUCARESTE (A Fost Sau N-a Fost?) - Direção: Corneliu Porumboiu. Elenco: Mircea Andreescu, Teodor Corban, Ion Sapdaru, Cristina Ciofu, Luminita Gheorghiu. Romênia 2006 Comédia 90min. Sinopse Há 16 anos houve uma revolução na Romênia com a queda do ditador Ceausescu. É dezembro e o natal se aproxima. Pisconi, um velho aposentado, se prepara para passar mais um natal solitário. Manescu, professor de História, não quer gastar o salário todo para pagar dívidas. Jderescu, dono da emissora de TV local, não tem interesse em tirar férias. Com a ajuda de Piscoci e Manescu, Jderescu quer apenas uma resposta para a pergunta que se faz há 16 anos: ''Houve mesmo revolução nessa cidade?''
Agradecimentos: videolocadoras Bimatos e Canal 10
(eli silvéria
11/nov/10)
1995/2010 ..........Tantos anos se passaram desde o lançamento de “CARLOTA JOAQUINA, Princesa do Brasil", uma deliciosa comédia que contava as aventuras da Infanta Espanhola e a chegada da corte portuguesa no Brasil Império.
Em tom de farsa, o filme relata a infância de Carlota Joaquina na virada do século XVIII para o XIX: sua chegada com dom João VI e a corte portuguesa ao Rio de Janeiro e sua permanência na cidade até o retorno de ambos a Portugal. Este filme, considerado um marco na chamada Retomada do Cinema Nacional, teve de enfrentar imensos desafios. Pouco antes do início de sua produção, o então presidente Fernando Collor, havia promovido a extinção da Embrafilme e do Concine, em 1990, praticamente paralisando a produção cinematográfica brasileira. Com orçamento modesto de 630 mil reais e formas altamente criativas de distribuição e produção, sem prejuízo da qualidade, Carlota Joaquina teve mais de 1,3 milhão de espectadores, e cerca de 22 mil fitas de vídeo do filme foram vendidas. Segundo a cineasta CARLA CAMURATI, o filme rendeu uma bilheteria de aproximadamente R$ 6,5 milhões, um feito espetacular para a época.
Produção:
Direção José Padilha
Produção Marcos Prado
Produção executiva: Leonardo Edde
Roteiro José Padilha/Braulio Mantovani
Narração Wagner Moura
Elenco original:
Wagner Moura
Irandhir Santos
André Ramiro
Milhem Cortaz
Sandro Rocha
André Mattos
Maria Ribeiro
Tainá Müller
Género: Ação
Idioma original: Português
Música: Pedro Bromfman
Diretor de arte: Tiago Marques
Cinematografia: Lula Carvalho
Edição Daniel Rezende
Distribuição Zazen Produções[2][3]
Lançamento 8 de outubro de 2010
Hoje, se ainda não podemos falar em consolidação e plena maturidade do cinema nacional, ao menos já somos capazes de acreditar que estamos no caminho. O processo histórico identificado pelo nome Retomada, iniciado com a princesa Carlota da diretora Carla Camurati, deu início a um longo caminho, até desaguar neste TROPA DE ELITE 2 – O inimigo agora é outro, com desempenho altamente positivo e até mesmo surpreendente em termos de bilheteria. Cálculos não oficiais apontavam que até dia 12/Outubro, Tropa 2 já teria sido visto por 1.3 milhão nos cinemas, batendo CHICO XAVIER e SE EU FOSSE VOCÊ 2, e consolidando-se como o grande ‘blockbuster” da indústria cinematográfica brasileira.
Para evitar que o filme “vazasse” por meios não convencionais, foram tomadas medidas de extrema segurança na premiére em Paulínia –interior de SP -, que incluiu revista na entrada, apreensão de celulares e câmeras e portas com detectores de metais. Citando um bordão famoso do primeiro "Tropa", que causou polêmica por ter ido parar em bancas de camelôs do Brasil meses antes da estreia oficial, o diretor, escaldado, garantiu que, desta vez, “pirataria nunca serão!”.
Com o sucesso de público, é inegável admitir que estamos diante de um produto de excelência. A gente pode até não gostar do estilo: (Estética da Violência) – e achar que o diretor José Padilha carrega um pouco no vermelho sangue, porém, a qualidade e cuidado nos detalhes, além do tom de denúncia e da discussão de fundo, acabam por superar qualquer coisa.
A presença de Wagner Moura (ele atua também por detrás das câmeras e assina a coprodução junto com Bráulio Mantovani) faz grande diferença na maneira como é contada a nova versão. Neste segundo episódio, quinze anos depois, há claras referências a questões de ética, de poder e mando, de corrupção e mentiras. Mesmo não tendo pretensões ao didatismo, evidente em NOSSO LAR, outro sucesso brasileiro de 2010 – com Tropa de Elite 2 aprendi e aferi uma série de coisas acerca de um mundo não muito distante do lugar onde estamos:
a) que os problemas técnicos apontados por Wagner Moura são infinitamente pequenos e não comprometem a qualidade da obra como um todo; b) o ritmo é muito bom do começo ao fim e faz de TROPA 2 uma obra dinâmica; c) Wagner Moura faz um coronel Nascimento bastante crível, alíás, o ator sempre dá o seu melhor aos personagens que interpreta, embora tenha alguns concorrentes à altura (como Dan Stulbach e Lázaro Ramos entre outros) d) Não deixa de ser uma ironia que em torno do lançamento do filme tenha sido montada uma verdadeira operação de guerra a fim de evitar o “vazamento” que ocorreu com TROPA DE ELITE 1; e) O som do filme está excelente, embora não se possa dizer o mesmo sobre a dicção de alguns atores. Chega a ser irritante, mas em certos momentos, algumas falas de Maria Ribeiro, que faz a ex-esposa de nascimento são absolutamente ininteligíveis. Seria aconselhável colocar legendas; f) O Brasil é um dos países com maior população carcerária do mundo e isso nos está levando a..... lugar nenhum. g) No mundo paralelo, não muito longe deste onde vivemos, a vida humana não vale absolutamente nada. h) O universo das facções é essencialmente masculino. Nele, a mulher, quando “erra”, sofre punição exemplar, ainda mais severa que aquela destinada aos homens. i) Existe uma relação de promiscuidade mal definida entre: Mídias, a classe política e milícias, tudo girando em torno da disputa de poder. j) Mesmo homens educados e disciplinados para obedecer ordens, às vezes não o fazem, o que altera todo o rumo da história.
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Abaixo, um quadro comparativo das maiores bilheterias do cinema brasileiro pós Retomada:
1. ‘Tropa de Elite 2’* (2010) — 1.295.280 espectadores
2. ‘Chico Xavier’ (2010) — 585.560 espectadores
3. ‘Se Eu Fosse Você 2’ (2009) — 560.600 espectadores
4. ‘Nosso Lar’ (2010) — 541.853 espectadores
5. ‘Carandiru’ (2003) — 468.293 espectadores
6. ‘Os Normais’ (2003) — 421.091 espectadores
7. ‘Olga’ (2004) — 385.968 espectadores
8. ‘Os Normais 2’ (2009) — 361.161 espectadores
9. ‘Se Eu Fosse Você’ (2006) — 315.520 espectadores
10. ‘Cazuza — O Tempo Não Para’ (2004) — 294.194 espectadores
extraído do site: http://vejasp.abril.com.br/blogs/cinema-filmes/tropa-de-elite-2-bilheteria/
outros sites pesquisados:
http://cinema.cineclick.uol.com.br/noticia/carregar/titulo/tropa-de-elite-2-supera-estreias-e-lidera-bilheteria-pela-quarta-semana/id/28485
http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=16&idnot=33976
http://www.tropa2.com.br/ Oficial
(por eli silveria
09/Nov.2010)
Dr. ALTINO discursando em 16 de outubro de 2010
Boa noite às autoridades aqui presentes e ao público em geral. Estamos aqui para comemorar o qüinquagésimo oitavo aniversário do Clube de Cinema de Marília, carinhosamente chamado CCM. Agradecemos desde já ao Luca Bernar e ao Lúcio Prado pela sua apresentação. Como sempre, eles foram brilhantes!!! Reconhecemos também a colaboração de nossa contadora de estórias, Simone de Lima, que com sua maneira toda especial, deverá se apresentar logo a seguir. Somos também gratos aos sócios do CCM, às autoridades aqui presentes e a todos que aqui vieram para prestigiar uma instituição cultural tão importante como é o CCM.
Com um passado glorioso, tendo à frente por muitos anos o saudoso Benedito André, o CCM se destacou pela programação eclética e sobretudo pela entrega do prêmio Curumim, projetando o nome de nossa cidade regional e nacionalmente. Após um período de relativo ostracismo, com pendências contábeis e jurídicas, o CCM está se reerguendo como instituição que sempre marcou a cultura de nossa cidade.
Com uma nova Diretoria, os aspectos jurídicos e financeiros estão sendo regularizados, graças, sobretudo, ao trabalho de nossos advogados, o Dr. Luís Fernando Cardoso, vice-presidente do CCM e Dr. Alexandre Cerqueira César Júnior, conselheiro fiscal, a quem eu peço que se levantem com uma salva de palmas.
Também foi muito importante para o reerguimento do CCM o esforço entusiasmado e sempre animado de nossa primeira tesoureira, a Srta. Diva Rodrigues de Souza, a quem eu solicito também se levantem com uma outra salva de palmas.
Pelas sugestões de filmes, pelas pesquisas dos roteiros, pela divulgação nos jornais, pela manutenção do nosso blog, pelo trabalho de limpeza e conservação do clube, pela remodelação dos móveis e por tantas outras coisas, agradeço a Pedro de Marco, suplente, Irene Hilário de Almeida, suplente, Hilda Capanacci, conselheira, Elionora Silvéria, conselheira, Luzinete Francisco, suplente, além de Mônica Monteiro Garavello, minha delicada esposa. A todos eles, peço que se levantem com muitas e calorosas palmas!
dr.ALEXANDRE , dr.ALTINO e YARA PAULI, Secretária de Cultura e Turismo de Marília.
Feita a apresentação da nova Diretoria, gostaria agora de agradecer aos antigos dirigentes, principalmente às professoras Lourdes Horiguella e Regina Moralles, que apesar de todas as dificuldades, se dispuseram a permanecer na Diretoria do Clube por muitos anos, preservando assim a sua integridade.
Sou grato também à nossa Secretária de Cultura, profa. Yara Pauli, ela mesma uma antiga e entusiasmada sócia do CCM, que sempre nos apoiou nessa nova jornada, disponibilizando-nos uma funcionária, a Srta. Márcia Caffer, ajudando-nos na divulgação de nossa programação junto ao Helder Cristiano e se comprometendo a enviar projeto de regularização da ocupação das atuais salas pelo CCM.
Por suas contribuições materiais e artísticas, que estão permitindo a reforma e a acomodação do espaço físico e do acervo do CCM, agradeço às professoras Maria Leandra Bizello e Telma Madio, do curso de Arquivologia da Unesp, ao Dr. Gustavo Rojas e Francisco Quinicci, meus colegas da Unimed, e ao Dr. Roberto Cimino, conhecido arquiteto de nossa cidade, filho de nosso estimado fundador.
Eu, como presidente do CCM, encerro este discurso fazendo minhas últimas considerações a respeito do cinema propriamente dito. Há pouco tempo, me perguntaram o que um médico como eu, que trabalha com o microscópio, tem a ver com filmes. Ora, eu lido com imagens, interpretando-as e dando sentido a elas. Pois é justamente isso o que acontece com todo mundo na vida diária, quando tentamos entender a realidade que nos cerca. E nesse particular, o cinema, não só com as imagens, mas também com o som, pode tornar a nossa vida mais compreensível e mais leve.
E é por isso que o CCM existe e vai continuar a existir: para proporcionar a todos a possibilidade de assistir a um bom filme que nos leva à reflexão e que nos mude de sessão para sessão.
Porém, não é só de filmes que o CCM pretende sobreviver, mas sim da ampliação de nossas atividades, com a disponibilização do nosso acervo, a realização de cursos de cinema, a integração com outras formas de arte, e talvez, no futuro, a volta da premiação Curumim.
Com todos esses projetos em mente, me despeço, lembrando a todos que, além de outros discursos, teremos ainda a apresentação da nossa contadora de estórias e, logo após, o filme “Sob a Mesma Lua”, com entrada franca. Muito obrigado!
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postado por elisilvéria
em 05Nov10
Em agradecimento ao carinho e interesse do prof. CONFORTI, solicitei ao mesmo permissão para postar aqui seu questionamento, em forma de “breve comentário”, sobre o mais recente Campeão de Bilheteria da cinematografia nacional. Embora este não seja um espaço específico de debates, a pergunta reflete uma inquietação legítima, que deve permear as mentes de outros associados. Então aí vai...
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"Cara Elionora, amigos cecemistas:
Novamente, retorno.
O CCM tem alguma posição crítica contra o José Padilha (by "Tropa de Elite")?
Eu, pessoalmente acho que ele tem razão na polêmica “cinema-de-arte e cinema-comercial-bem-produzido”, em ser a favor do segundo. Perdemos muitas boas ideias pelo fato de nossos diretores serem engajados. Padilha quer fazer cinema de boa qualidade e ganhar dinheiro. Nos dias de hoje, creio ser o caminho. As gerações 60's e 70's (esta, a minha) ficaram datadas nessa área.
Indústria cinematográfica? Não creio que cheguemos a isso. Perda da arte? Depois da Bienal deste ano (do mau gosto escatológico) reformulemos a pergunta: o que é Arte?
Sempre gostei de Mazzaropi, mas ao me tornar "teen" eu entrava escondido no cinema para ver seus filmes. Seu cinema, além de ser excelente, era popular (não os três ou quatro últimos filmes dele). Rendeu-lhe dinheiro também.
Reflitamos...
Abraços cinéfilos,
M. Conforti"
HOJE é 12 de outubro, feriado das crianças e de Nsa.Sra.Aparecida. Uma data especial na história do Clube de Cinema de Marília. Há exatos 58 anos, em 1952, algumas pessoas tiveram a iniciativa de criar uma entidade que valorizasse o Cinema enquanto Arte, Cultura, Criação.
Nasceu pequeno; atingiu o apogeu entre as décadas 1960 e 1980, quando instituiu o FESTIVAL DE CINEMA, o ENCONTRO DE CINECLUBES e o PRÊMIO CURUMIM. Atualmente a entidade passa por uma reformulação no quadro, enquanto promove melhorias no espaço físico: as paredes foram pintadas, a estante de madeira (altíssima) foi reformada e ganhou por fundo uma parede vermelha – retomando a cor original –; as cortinas novas estão sendo acabadas. Agora, só falta providenciar estantes que organizem o rico material ainda disperso.
Nesse dia 12 de outubro de 2010, só temos que agradecer às pessoas e entidades que prestigiam e contribuem com as atividades do Clube, por acreditar em ir além, apesar das dificuldades que surgem. Parabéns Cineclubistas !
(elisilvéria
12.10.2010)
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Os filmes brasileiros de antigamente possuíam um quê de Magia e Encantamento.
Gênero: comédia
Direção: José Carlos Burle
Roteiro: Vitor Lima, Berliet Júnior
Produção: Décio Alves Tinoco
Música original: Lírio Panicalli
Coreografia: Juliana Yanakiewa
Fotografia: Amleto Daissé
Edição: José Carlos Burle, Waldemar Noya
Direção de arte: Pablo Olivo
Figurino: Gilda Bastos, Osvaldo Mota
Maquiagem: Paulo Carias
Efeitos sonoros: Aloísio Viana, Jesus Narvaes, Antonio Gomes, Ercole Baschera
País: Brasil
Elenco:
Oscarito ............. Prof. Xenofontes
Grande Otelo.......... Empregado do Estúdio
José Lewgoy .......... Conde Verdura
Eliana Macedo......... Regina
Renato Restier........ Cecílio B. de Milho
Cyll Farney........... Augusto
Cuquita Carballo...... Fifi
Colé.................. Pedro
Maria Antonieta Pons.. Lolita
Iracema Vitória....... Aurélia
Wilson Grey........... Amestrador de pulgas
Dick Farney
Blecaute
Nora Ney
Francisco Carlos
Um claro exemplo dessa delicadeza está presente neste CARNAVAL ATLÃNTIDA, Br. 1952, um típico exemplar das chanchadas musicais. Malícia ingênua, na dose certa de se assistir com toda a família, nem mais, nem menos.
O enredo também é simples: Oscarito é o prof. Xenofontes, compenetrado professor de mitologia grega contratado por Cecílio B. de Milho (Renato Restier) como consultor da adaptação do clássico Helena de Tróia para o cinema. Dois empregados do estúdio, que trabalham como faxineiros, sonham em transformar o épico grego numa comédia carnavalesca. Carnaval Atlântida é uma paródia exemplar do gênero “chanchada”, visto como opção viável às superproduções de fora.
Uma rápida lida no enredo é suficiente para nos fazer prever as confusões e trapalhadas que virão, sempre recheadas de grandes números musicais. Esse Carnaval Atlântida joga com elementos do popular e do erudito em situações deliciosas que nos levam a conhecer um Brasil de outra era, em ritmo mais cadenciado, mas também permite um mergulho nas raízes de nossa cultura, presente tanto no enredo quanto nas canções. Uma pena que o gênero chanchada tenha se acabado.
Tido como um Gênero Menor em face da cinematografia “séria”, a chanchada hoje é tema de inúmeros debates e trabalhos acadêmicos, pois guarda um repositório de elementos simbólicos, essenciais para se saber o Brasil daquele momento. Críticas à parte, nenhum outro gênero cinematográfico foi tão popular no Brasil, sendo os fatores que permitiam a crítica justamente os que mais agradavam a plateia...
José Lewgoy era muito novinho, bem como Oscarito. A presença de Grande Otelo é garantia de boa atuação e muita gargalhada. Outros nomes que admiro são: Eliana Macedo, Dick Farney, Colé, Nora Nei e Blecaute. Merece destaque a relação de 26 números musicais, (alguns clássicos da Música Brasileira), interpretados por grandes artistas:
"No tabuleiro da baiana" (Ari Barroso), com Grande Otelo e Eliana Macedo
"Acho-te uma graça" (Benedito Lacerda, Haroldo Lobo e Carvalhinho)
"Agora é cinza" (Alcebíades Maia Barcelos e Armando Vieira Marçal)
"Ai que saudade da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago)
"É bom parar" (Rubens Soares)
"Rasguei a minha fantasia" (Lamartine Babo)
"Serpentina" (Haroldo Lobo e David Nasser)
"O teu cabelo não nega" (João Valença e Raul Valença)
"Ninguém me ama" (Fernando Lobo e Antônio Maria) com Nora Ney
"Um domingo no jardim de Allah" (Lírio Panicalli e Ewaldo Ruy)
"Marcha do conselho" (Paquito e Romeu Gentil) com Bill Farr
"Valsa da formatura" (Lírio Panicalli e Claribalte Passos), com a orquestra de Chiquinho
"Dona Cegonha" (Armando Cavalcanti e Klecius Caldas) com Blecaute e Maria Antonieta Pons
"Quem dá aos pobres" (Klecius Caldas e Armando Cavalcanti) com Francisco Carlos
"Máscara da face" (Armando Cavalcanti e Klecius Caldas)
"Pastorinhas" (Noel Rosa e João de Barro)
"Pirata" (João de Barro e Alberto Ribeiro)
"Se a lua contasse" (Custódio Mesquita)
"Um pierrot apaixonado" (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa)
"Praça 11" (Herivelto Martins e Grande Otelo)
"Marcha do sapinho" (Humberto Teixeira e Norte Victor), com Oscarito e Maria Antonieta Pons
"Mambo caçula" (Benicio Macedo e Bené Alexandre), com Maria Antonieta Pons e Oscarito
"Cachaça" (Mirabeau Pinheiro, Lúcio Castro e Heber Lobato) com Grande Otelo e Colé Santana
"Baião" (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga)
"Alguém como tu" (José Maria de Abreu e Jair Amorim), com Dick Farney
"Queria ser patroa" (M.Pinto e Airão), com Eliana Macedo
(elisilvéria-out2010)
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No início do século 20 as mulheres ainda não tinham conquistado grandes avanços quanto aos direitos que possuem hoje. Assim, as atitudes de Amélia Earhart causavam estranheza e fascinação.......
Neste longa Hilary Swank interpreta a aviadora Amelia Earhart, símbolo da liberdade americana, que tem como parceiro George Putnam (Richard Gere), seu editor e amante, com quem mantém um relacionamento tempestuoso, movido pela ambição, admiração mútua e por um grande amor, cujo vínculo não consegue ser quebrado nem mesmo por um breve romance entre Amelia e Gene Vidal (Ewan McGregor). Elenco:
Hilary Swank … Amelia Earhart
Richard Gere … George Putnam
Ewan McGregor … Gene Vidal
Christopher Eccleston … Fred Noonan
Joe Anderson … Bill
Cherry Jones … Eleanor Roosevelt
Mia Wasikowska … Elinor Smith
Aaron Abrams … Slim Gordon
Dylan Roberts … Leo Bellarts
Ryann Shane … Amelia
Ficha técnica:
título original: Amelia
gênero: Drama cinebiográfico
lançamento: 2009 (Canadá)/(EUA)
direção: Mira Nair
· site oficial:http://www.ameliafilme.com.br
· distribuidora: Fox Searchlight Pictures
· roteiro:Anna Hamilton Phelan e Ronald Bass, baseado no livro "East to the Dawn: The Life of Amelia Earhart", de Susan Butler, e "The Sound of Wings: The Life of Amelia Earhart", de Mary S. Lovell
Continuando as rápidas observações sobre a presença feminina em obras (ficcionais e de não ficção), chegamos à pioneira Amelia Earhart, mulher nascida nos Estados Unidos no séc.XIX, que em 1937 ousou impor sua genialidade no livro das viagens e conquistas aéreas. Nasceu no Kansas (EUA) em 1897, foi heroina em seu país, onde recebeu diversos prêmios por seus feitos aéreos. Conquistou "The Distinguished Flying Cross", por ter sido a primeira mulher a voar sobre o Oceano Atlântico sozinha.
Aqui é importante pincelar alguns acontecimentos, fatos reais da história do Brasil, para tentar contextualizar o tamanho dos feitos dessa audaciosa Amelia (bem diferente daquela da canção, a que era “mulher de verdade”) - Samba de 1941, de Mário Lago e Ataulfo Alves, “AI QUE SAUDADES DA AMÉLIA” .
1937 é o ano de nascimento do grande violonista Baden Powell; ano de fundação da UNE –União Nacional dos Estudantes; dá-se o “caso” dos Irmãos Naves, então chamado “o maior erro judiciário do Brasil”. Outros fatos interessantes:
ano do golpe de Estado e início do governo Getúlio Vargas/Estado Novo.
· Criado o Museu Nacional de Belas Artes no Rio.
· É criado, também no Rio, o Centro de Cultura Afro-Brasileira.
· Jorge Amado publica Capitães de areia, sobre o cotidiano de menores abandonados de Salvador.
· Estréia O Rei da Vela, peça de Oswald de Andrade.
· Entra no ar a rádio Tupi, em São Paulo.
· Morre, aos 26 anos, NOEL ROSA, deixando 259 composições
· Orlando Silva grava Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro.
· No cinema estréia Descobrimento do Brasil, de Humberto Mauro.
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Coisas do filme: A moda usada pelas mulheres no período inter guerras mundiais (1918/1939) – pelo menos aquela mostrada no filme, é extremamente reta, sóbria, sem muito frufru. A postura da protagonista, por sua vez, faz acentuar essas características, com seu corte de cabelo invariavelmente “Joãozinho”, de rapaz, preferência pelo uso de calças compridas em vez de saias ou vestidos, sem falar na profissão -tipicamente masculina- abraçada por ela. Em realidade, a ‘Amelia’ construída pela atriz HILARY SWANK quase não tem traços de feminilidade, o que não quer dizer que teria deixado de viver grandes amores. Além da primazia na busca pela conquista de records na incipiente aviação, ela foi também pioneira na veiculação de propaganda e venda de produtos comerciais, atividade que fazia como forma de bancar os (altos) custos de sua carreira. No filme, aparece vendendo de tudo. Surgiam inúmeras carreiras ligadas à televisão e a função de garota propaganda - uma 'carinha bonita' que diante das câmeras exibia as novidades da indústria de bens de consumo -, era uma delas. A fama que Amelia Earhart alcançou foi tamanha, que ninguém parecia notar a contradição expressa ali: a mulher que pilotava aviões (1º. Vôo solo; 1ª. travessia do Atlântico...), muito provavelmente não tinha tempo para dedicar-se a ser uma boa dona de casa, sendo essa, afinal, a imagem que incentivava e vendia. De fato, a presença de Amelia Earhart na TV atenderia a dois papeis diversos, senão antagônicos: a) por um lado o reforço positivo do tradicional papel social de dona de casa; b) o que por outro lado, era uma maneira efetiva de conseguir recursos para fazer aquilo que mais amava: voar.
Amélia Earhart faleceu provavelmente em 1937. Seu avião e seu corpo jamais foram encontrados. Nessa produção temos um bom filme, daqueles que nos fazem querer saber mais a respeito dos personagens. Gosto de pensar que ela não morreu de fato; seu espírito inabalável continua repercutindo sonhos, ternura e aventuras, nas mulheres de garra que sonham atingir a realização através do conhecimento próprio e de ações pioneiras.
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Sinopse: Amelia Earhart (Hilary Swank) foi a primeira mulher a completar a travessia do Oceano Atlântico pilotando um avião. Este feito fez com que se tornasse uma celebridade nos Estados Unidos, onde passou a ser chamada de "deusa da luz" devido a sua ousadia e carisma. Seu fascínio pelo perigo inspirou até mesmo a primeira dama Eleanor Roosevelt (Cherry Jones). Casada com George Putnam (Richard Gere), um magnata do mercado editorial, e tendo o piloto Gene Vidal (Ewan McGregor) como seu grande amigo, Amelia decide, em 1937, embarcar na mais arrojada de suas missões: dar a volta ao mundo em um voo solo. Em 1937, partiu em viagem para realizar uma volta ao globo, porém algo deu errado enquanto Amelia sobrevoava a Ilha Howland e a aviadora desapareceu, sendo dada como morta em 1939.
Hilary Swank é vencedora de dois Oscars como Melhor Atriz: 2005 = Menina de Ouro/ Million dollar baby; e 2000 =Meninos Não Choram/Boys don’t Cry.
(elisilveria)
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Aos membros do CCM e amantes do cinema, uma grande perda
Saiu no jornal "O Estado de São Paulo" nota sobre o falecimento de Emilio Pedutti Filho, dia 21 deste mês (setembro/2010), em Botucatu, aos 78 anos de idade. Além de ter uma rede de cinemas levando cultura por todo o interior do Estado, o Sr Pedutti sempre colaborou com o CCM, deixando, já no projeto do antigo Cine Pedutti, na Rua 4 de Abril, salas superiores destinadas ao nosso cineclube. Foi lá que funcionou durante muito tempo o CCM, sob a direção de Benedito André e Roberto Cimino. Como parte das comemorações pelo aniversário do nosso Clube, vamos recolocar, na sala de projeção, a placa que dava nome a ela: "Sala Emílio Pedutti Filho". Para isso contactamos a família Pedutti em Botucatu para que mande um representante, que teremos muita honra em receber e homenagear.
Abraços
Dr. Altino Therezo
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Sr. Pedutti foi um homem de bem. Era empresário (foi dono da Empresa Teatral Peduti, atuante no segmento cinematográfico na época áurea do cinema, com salas de exibição em todo o interior de SP, MT e MS). Era agropecuarista. Foi vice-presidente do BANESPA - Banco do Estado de São Paulo, na década de 70, por duas gestões. Emílio Pedutti Filho foi ex-dirigente da Associação Paulista de Municípios, pré candidato a vice-governador, ao lado de Laudo Natel, no final dos anos 1960, porém desistiu antes de registrar a candidatura. Naquela época eram os deputados estaduais que elegiam os governadores. A representação política era limitada a apenas dois partidos permitidos pelos governantes militares: MDB - Movimento Democrático Brasileiro, de oposição e Arena - Aliança Renovadora Nacional, governista. Os deputados votavam e o governo central entronava no período de regência.
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Empreendedor, nos anos 1970 e 1980, quando as indústrias dos clãs familiares italianos e outras começaram a sentir o peso da inflação, logrou, usando o prestígio conquistado junto ao Banespa, atrair a Botucatu indústrias como a Staroup, a fábrica de ônibus Caio, a extinta Usina Costa Pinto que fazia produtos da marca Peixe, entre outras.
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A história de Martinópolis exemplifica os fatos ocorridos em outras cidades com relação à história do cinema. Naquela localidade o primeiro cinema nasceu em fins da década de 30 com 380 lugares. Em 1958 a Empresa Teatral Pedutti, do dr. Emílio arrendou este cinema, nele realizando uma série de melhorias nas poltronas, no som e com instalação de tela cinemascope. Daí o cinema passou a chamar-se Cine São Benedito e durou até maio de 1978. No local, os frequentadores costumavam assistir comédias e aventuras. Os ídolos da época eram José Vasconcelos, Mazzaropi, Teixeirinha e Meire Terezinha, Grande Otelo, os astros da Jovem Guarda por causa de seus filmes, e, por último, nos anos 70, a pornochanchada, cujas estrelas eram Vera Fischer, Aldine Müller, Marlene França, Adriana Prieto, Darlene Glória, Sandra Barsotti, Dercy Gonçalves, e entre os galãs, David Cardoso e John Herbert. www.camarapprudente.sp.gov.br/historia/hist_oeste/cidades/martinopolis/lazer.html
Era uma pessoa simples, de fácil trato, respeitado por todos, inclusive adversários políticos que ganhou quando disputou eleições para prefeito, em 1988, saindo do pleito com 20% dos votos. Vide: doentrelinhas.blogspot.com
Morava em uma de suas fazendas em Botucatu. A cidade decretou luto oficial de três dias pelo falecimento. A cultura lhe será eternamente grata.
(elisilvéria)
Bagdad Café = filme de 1987, dirigido por Percy Adlon; coprodução : Alemanha Ocidental/EUA. Elenco:
• Marianne Sägebrecht — Jasmin
• CCH Pounder — Brenda
• Jack Palance — Rudi Coxx
• Christine Kaufmann — Debby
• Monica Calhoun — Phyllis
• Darron Flagg — Salomo
• George Aguilar — Cahuenga
• G. Smokey Campbell — Sal
• Hans Stadlbauer — Muenchgstettner
• Alan S. Craig — Eric
• Apesanahkwat — Xerife Arnie
• Ronald Lee Jarvis — Caminhoneiro Ron
• Mark Daneri — Caminhoneiro Mark
• Ray Young — Caminhoneiro Ray
• Gary Lee Davis — Caminhoneiro Gary
Após umas poucas cenas iniciais ficamos sabendo que Brenda é a proprietária do lugar. Bagdad Café é uma pequena parada para abastecimento de caminhões perdida no meio do deserto de Mojave, próximo a Las Vegas. Um lugar no meio do nada onde se reúnem improváveis representantes da fauna humana, como: um artista de Hollywood aposentado, o xerife indígena, uma tatuadora que também presta “outros serviços” a homens desacompanhados; e uma turista alemã que parece ser muito esquisita.
Breve dona Brenda irá conhecer a sra. JASMIN, turista recém-chegada da Alemanha. O que inicialmente as une é que ambas acabam de se separar de seus maridos. Fora isso, demonstram ter personalidades bastante diferentes e o convívio entre elas parece ter poucas chances de acabar bem.
Brenda, a mulher negra, é autoritária, durona e vive aos berros com todos a seu redor (a filha, o marido, o empregado). É a natureza áspera e rude do deserto. Os negócios não prosperam e ela parece não ter muito jeito para lidar com os desafios diários impostos por eles. Além disso, nada funciona direito no posto de serviços, onde nem mesmo a máquina de fazer café está inteira. Faltam mantimentos, equipamentos, falta ordem e limpeza, enfim, falta quase tudo. Por algum motivo, sra. Brenda fica desgostosa quando a forasteira , invadindo seu espaço, resolve ficar hospedada ali, e, pior ainda, quando decide fazer uma faxina no local. Este simples gesto corriqueiro provoca não o agradecimento, mas a ira da dona. Mal sabia Brenda que o gesto assim tão simples, iria trazer uma atmosfera de liberdade, entendimento e cooperação, contagiando as pessoas do lugar. Pura magia!
Linda a cena em que elas inicialmente se vêem. O que as une naquele instante é a perda recente do amor (maridos); mas, será que existe apenas um tipo de amor no mundo? Enquanto uma enxuga as lágrimas, a outra enxuga o suor e a poeira do árido deserto. Sra. Jasmin que nem devia estar hospedada num lugar tão inóspito, acaba se deixando ficar um pouco mais, como se algo a prendesse a Bagda Café.
“As palavras são poucas, e o silêncio é quebrado pela música de um velho piano e pelos gritos de Brenda. As raízes do caos e da hostilidade cresciam fortes até o momento que Jasmim surge, igualmente perdida e esquecida, mas guiada por sonhos e penetra como hóspede naquele mundo duro e seco. Inicialmente hostilizada por Brenda, conquista espaço aos poucos e de repente, estão todos se ajudando como num passe de mágica. Jasmim limpa, organiza e harmoniza o bar-café e o transforma num ponto de parada obrigatória para motoristas que passam pela região. E cresce, então, a flor dos sonhos, cobrindo as raízes secas da amargura. Desde o início, Rudi Cox foi o único que a compreendeu, talvez por ser pintor tenha conseguido ver luz onde havia apenas sombras. E Jasmim torna-se a amiga estrangeira que fascina e compreende os filhos de Brenda; torna-se a mulher que alimenta as fantasias do velho pintor solitário; e passa a ser a companheira da dona do Café Bagdad. Jasmim, a enorme alemã, liga-se a Brenda, a negra de corpo mirrado, mas ambas são fortes. ‘Bagdad Cafe’ é um filme de contrastes onde surgem as identificações.” Ver refer.completa em: www.pintandomusica.blogspot.com/2010/04/bagdad-cafe.html
A obra tem mensagens positivas sem cair no didatismo fácil. Solidariedade – participação – entendimento – respeito mútuo e empatia, são alguns valores que permeiam o filme. A trilha sonora utiliza som ambiente local, que causa o efeito de nos aproximar ainda mais daquele micro universo. É o som do vento, do bumerang no ar, dos passos na areia do deserto. Lá pelas tantas ocorre uma reviravolta no enredo a partir de gestos simples, pequenas ações realizadas pela turista alemã.
No final fica evidente o protagonismo feminino, a tal ponto que quando Jasmin é pedida em casamento por Rudy (Jack Palance) – declara que vai consultar dona Brenda a respeito. O filme todo é carregado de inferências, metáforas e simbolismo, de tal modo que vale a pena ser visto mais de uma vez para que sejam captadas determinadas sutilezas, invisíveis ao primeiro olhar.
(elisilvéria 20set2010)
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A Origem- Diretor: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page, Cillian Murphy, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe, Michael Caine, Tom Berenger
Produção: Christopher Nolan, Emma Thomas
Roteiro: Christopher Nolan - Ano: 2010
(por Pássaro Preto)
Quer dizer, não que não tenha coisas boas no filme. Eu assisti lembrando daquela cena do Amadeus em que Mozart explica ao perplexo rei por quanto tempo ele conseguiria introduzir novos personagens em uma cena de ópera. A Origem faz isso melhor que nenhum outro filme que eu me lembre.
Não se trata de "montagens paralelas" - isso tem de monte no cinema - mas de rupturas que, ao quebrar a sequência narrativa, imprime novas camadas de significação. Como se o diretor perguntasse pra nós: -quantas novas narrativas eu sou capaz de fazer você engolir sem que (e isso é importante) se rompa o fluxo de temporalidade radicalmente, em negativo. Ou seja: para que continuemos em Hollywood, e não passemos para Godard. Para que seja um filme do gênero assalto, sem tornar-se cinema experimental. E são muitas as camadas envolvidas de fato... A melhor, eu acho que é a relação estabelecida com o cinema, como são todos os efeitos e enredos espetaculares, que no fundo não passam de uma forma de introduzir uma ideia bem simples - encomendada por um megaempresário poderoso - em nosso subconsciente. Essa é boa porque não aparece tão mastigada quanto outras, mas diluída na própria ação do filme.
O problema do filme é justamente que, para sustentar sua arquitetura faraônica e mirabolante, o diretor tem que chamar a atenção para ela - A ESTRUTURA - incessantemente. Tem de repetir o filme inteiro que a mente que adentramos é na verdade do Di Caprio, que é ele tentando superar um trauma. Os demais personagens acabam se tornando rasos, meras engrenagens; dispositivos que fazem caminhar o talento egocêntrico de Nolan, que se sobrepõe à obra. A arquitetura do filme é sobrevalorizada, colocando em segundo plano o conteúdo. É só comparar a falta de carisma e profundidade dessas personagens (mesmo Di Caprio é menos profundo que o esquema em que se envolve) com o Cavaleiro das Trevas, onde a grandeza do enredo de ação contribui para aprofundar ainda mais a relação de complexidade entre as personagens. No caso da Origem, todos são coadjuvantes. Daí o paradoxo da estrutura ser complicadíssima, ao mesmo tempo em que se esforça por tornar óbvias as camadas de profundidade e relações feitas, sem deixar espaço para um questionamento do espectador. O filme é um quebra cabeça estrutural (muito bem feito e que tem sentido, ao contrário do que andam falando), que, ao ser resolvido, deixa tudo como está. De novo, bem diferente do Coringa, um ponto de vista que não pode ser levado até o fim pela Indústria.
O problema estrutural básico do filme é que à complexidade radical da forma não corresponde uma complexidade de conteúdo, ou ainda, a complexidade formal só se sustenta por uma atomização do conteúdo. A forma que Nolan escolhe para manter o espectador por dentro do que está acontecendo sem se perder, é deixando por demais evidente o que está acontecendo. O óbvio ululante, um quebra cabeças de mil peças, que ao final, é uma imagem do Cebolinha com a Mônica, exagerando um pouco. Ele se prepara para questionar a estrutura do cinema, mas produz um espetáculo grandioso em que o sujeito (no caso, Nolan), em sua forma espetacular é celebrado - de novo, não é por ser um filme hollywoodiano. O Cavaleiro das Trevas também é, e consegue ser bem mais questionador, sem deixar de ser o mais empolgante filme de ação do ano. A Origem não consegue se decidir. Não que não existam surpresas; o filme é feito de surpresas, mas essas são preparadas por um caminho bem posto, tranquilo até certo ponto. Algo do tipo: oh, aqui parece ser só ação, mas também tem a questão psicanalítica, viu? Olha aqui a mulher reprimida. O filme peca por didatismo em vários momentos. Por personagens que tem função didática, por um enredo que também mantém, apesar de tudo, certo didatismo: o chato do Di Caprio tentando superar seu próprio trauma do jeito mais mirabolante possível.
09.set.10
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HACHIKO: A dog’s story – EUA, 2009, ganhou em português o título de SEMPRE AO SEU LADO. Elenco: Richard Gere ....... prof.Parker Wilson; Sara Roemer......... Andy Wilson; Joan allen.......... Cate Wilson; Cary-Hiroyuki Tagawa.......... Ken Jason Alexander.
Baseado em fatos reais, tocante pela simplicidade do enredo, tem competente direção do sueco Lasse Hallstrom.
Acima de tudo, Sempre ao seu Lado é uma história de Amor Sincero e grande Lealdade. Originalmente publicada em livro, se passa no Japão, mas tem carga dramática universal. A dedicação do cão a seu dono (prof. Eisaburo Ueno// Parker, na versão norte americana), tem características tão extraordinárias, que o animal veio a receber homenagem no Japão, em 1934, quando ainda vivia.
“ Todo ano em 8 de abril ocorre uma cerimônia solene na estação de trem de Shibuya, em Tóquio. São centenas de amantes de cães que se reúnem em homenagem à lealdade e devoção de Hachiko, fiel companheiro do Dr. Eisaburo Ueno, um professor da Universidade de Tóquio. A comovente história do Chu-ken Hachiko (o cachorro fiel Hachiko) rendeu um livro e um filme chamado "A História de Hachiko", mas, sobretudo, colaborou sobremaneira para que a reputação da raça se tornasse famosa em todo o mundo, além de impulsionar um apaixonado movimento de restauração e preservação da raça Akita em seu país de origem, o Japão.” Vide texto completo em: http://www.nucleopet.com.br/htms/npet42-blog-historia-hachiko-monogatari.htm
Na história verdadeira, professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem que levava (e ainda leva) o mesmo nome. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Porém, ainda mais incrível era o fato de que Hachiko parecia ter um relógio interno, e sempre às 15 horas retornava à estação para encontrar o professor, que desembarcava do trem à tarde, para acompanhá-lo de volta a casa.
Agradam-me sobremaneira alguns recursos utilizados para atualizar o drama a fim de torná-lo mais palatável. Nessa versão moderna, temos o professor que dialoga com pessoas de origens diversas. Por exemplo, a bibliotecária é negra, enquanto o vendedor de cachorros quentes tem características nitidamente árabes – elementos que, muito provavelmente, não estão presentes na história original. Isto é Hollywood, sempre tentando dar um ar de cosmopolitismo a suas obras.
Mas voltando à história, quando o pequeno Hashi completou dois anos aconteceu a tragédia que marcaria a sua vida e também a vida daquela comunidade. Com a morte do professor, o cão infalivelmente continuava voltando à estação de trem (pela manhã e à tardinha) para esperar seu dono.
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O filme tem umas sacadas de direção bem interessantes (principalmente a trilha sonora, que dá o grau de tristeza, ritmo e persistência) e a forma como é traduzido aquele amor acaba por amolecer até os corações mais duros. Não tem como: todo mundo chora. Parece que a edição já é feita exatamente para provocar isto. Até podiam oferecer uns lencinhos de papel na entrada do cinema. A publicidade há muito descobriu que “cachorro vende”. No filme, a catarse é imediata com alguma lembrança perdida nos umbrais de nossa memória.
Uma das cenas que mais me agrada no filme norte-americano, é quando o amigo do prof. Parker, sr. Ken (Cary-Hiroyuki Tagawa) - conversa em japonês com o akita. Então declara que sabe o porquê de o animal dia após dia ter de comparecer na estação de trem. Esta é sua missão na vida e a prova definitiva de que laços invisíveis e poderosos unem a todos os seres vivos. Que todos dependemos uns dos outros e vivemos ligados na mesma vibração que nos influencia e nos leva ao crescimento espiritual ou às trevas.
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Por aqui também temos nossos heróis de quatro patas. Como prova de que esse tipo de coisa não acontece apenas no Japão, temos o caso do Bode Bito, de Riachão do Dantas, em Sergipe, que no ano 2007 foi homenageado com uma estátua em tamanho natural. Um agradecimento da cidade ao ser que ajudou a divulgar o nome da pequena Riachão nos quatro cantos da terra. Vale a pena conhecer mais de perto essa história real. In: http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1873987-EI1141,00.html
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eli silvéria 08set2010