Programação Dezembro - 2010

Este mês teremos atividades apenas até dia 19/DEZ, em virtude das tradicionais festas de fim de ano. Para compensar, a seleção de filmes está muito boa. Temos inclusive um filme argentino/norte-americano: "VIDAS QUE SE CRUZAM"/ 2008, de Guillermo Arriaga; a comédia italiana "MEDITERRÂNEO", de 1991; além de mais três filmes europeus, que são sempre uma boa pedida.


CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA
Secretaria Municipal da Cultura e Turismo
Sala “Emílio Pedutti Filho”
Av. Sampaio Vidal, 245 / Sessões: sábados e domingos às 20h15/
E-mail: ccmclubedecinema1952@hotmail.com

PROGRAMAÇÃO – DEZEMBRO/2010

04/12/2010: Sábado O PROFETA (Prophète) - Direção: Jacques Audiard. Elenco: Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif, Hichem Yacoubi, Reda Kateb. França/Itália 2009 Drama 155min. Sinopse Condenado a seis anos de prisão, Malik El Djebena, meio árabe, meio córsico, é analfabeto. Ao chegar à prisão, totalmente sozinho, ele parece mais jovem e mais frágil do que os outros presos. Ele está com 19 anos. O líder da facção dos córsicos dá a Malik uma série de “missões” a serem cumpridas. Ele aprende rápido e se fortalece, ganhando a confiança do chefe da facção. Malik usa toda a sua inteligência para desenvolver discretamente o seu plano.

05/12/2010: Domingo A GAROTA DA FÁBRICA DE CAIXA DE FÓSFOROS (Tulitikkutehtaan tyttö) – Direção: Aki Kaurismäki. Elenco: Kati Outinen, Elina Salo, Esko Nikkari, Vesa Vierikko, Silu Seppälä. Finlândia 1990 Drama 72min. Sinopse Iris trabalha como supervisora de embalagens numa fábrica de caixas de fósforos. Em pé, ao lado de uma esteira, verifica se as etiquetas estão coladas corretamente nos pacotes. Terminado o serviço vai para a depressiva casa da mãe e do padrasto, onde prepara o jantar, além de outras tarefas. Tudo em silêncio, sem receber agradecimentos ou qualquer tipo de gentileza. Quando sai para se divertir, cabisbaixa, vê as outras jovens sendo tiradas para dançar, enquanto leva um "chá-de-cadeira". Seu rosto só relaxa quando repousa no ombro do primeiro homem que a conduz à pista. Iris passa a noite no apartamento do desconhecido. Ele a confunde com uma prostituta e logo deixa claro que não deseja mais vê-la. Diante de uma vida tão despida de encantos, a jovem operária acolhe com alegria a notícia de que está grávida. Outras decepções aguardam a moça, pois os seres humanos não param de desapontá-la. Desta vez ela vai agir.

11/12/2010: Sábado A JOVEM RAINHA VICTÓRIA (The Young Victoria) - Direção: Jean-Marc Vallée. Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent. Inglaterra 2009 Drama 100min. Sinopse Crônica da ascensão da Rainha Vitória ao trono, focando nos primeiros anos do seu turbulento reinado e o lendário romance e casamento com o Príncipe Albert.

12/12/2010: Domingo VIDAS QUE SE CRUZAM (The Burning Plain) - Direção: Guillermo Arriaga. Elenco Charlize Theron, Kim Basinger, Jennifer Lawrence, José María Yazpik, Joaquim de Almeida, Tessa la, Diego J. Torres. EUA/Argentina 2008 Drama 110min. Sinopse O passado e o presente podem ter um efeito curioso sobre as pessoas separadas pelo espaço e pelo tempo. Mariana, uma garota de 16 anos está tentando unir as vidas destroçadas de seus pais em uma cidade na fronteira do México. Sylvia, uma mulher que vive em Portland deve realizar uma odisséia emocional para apagar um pecado de seu passado. Gina e Nick, um casal que tem de lidar com um intenso e proibido caso; e Maria, uma jovem garota que precisa ajudar seus pais a encontrar a o perdão e o amor. Os cincos começarão suas próprias jornadas em busca de redenção e descobrirão que suas ações poderão fazer a diferença entre a vida e a morte.

18/12/2010: Sábado MEDITERRÂNEO (Mediterraneo) – Direção: Gabriele Salvatores. Elenco: Diego Abatantuono, Claudio Bigagli, Giuseppe Cederna, Claudio Bisio, Gigio Alberti. Itália 1991 Comédia 89min. Sinopse Durante a II Grade Guerra, com a missão de defender o lugar contra uma possível invasão inimiga, um punhado de soldados é deixado numa pequena ilha do mar da Grécia. Mas o vilarejo parece abandonado e como não tem nenhum único inimigo a vista os soldados aproveitam o tempo para relaxar um pouco. Porém, a ilha não está deserta e quando os habitantes do local percebem que os soldados italianos são inofensivos, saem de seus esconderijos nas montanhas para dar seqüência a suas pacíficas vidas. Portanto, logo os soldados descobrem que serem deixados para trás em uma paradisíaca ilha grega esquecida por Deus, não é uma coisa tão ruim assim...

19/12/2010: Domingo A LUZ DA CIDADE (Thomas Kinkade's Home for Christmas) - Direção: Michael Campus. Elenco: Jared Padalecki, Marcia Gay Harden, Peter O'Toole, Aaron Ashmore, Richard Burgi, Geoffrey Lewis, Chris Elliott, Richard Moll, Kiersten Warren, Jay Brazeau, Charlotte Rae. EUA/Canadá 2008 Drama 96min. Sinopse O filme imagina as inspirações do artista Thomas Kinkade enquanto pintava o quadro The Christmas Cottage, além de mostrar como o artista resolveu explorar suas capacidades como pintor quando descobriu que sua mãe estava prestes a perder a casa da família.

Agradecimentos: À Bimatos Videolocadora (3422-5766) e Canal 10 Videolocadora (3454-9038)
(elisilvéria)

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PARTIR, paixão à flor da pele



De Catherine Corsini, França, 2009
Com: Kristin Scot Thomas(Suzanne), Sergi López (Ivan), Yvan Attal (Samuel), Bernard Blancan (Rémi), Aladin Reibel (Dubreuil), Alexandre Vidal (David), Daisy Broom (Marion); Argumento e roteiro: Catherine Corsini e Gaëlle Macé; Produção Pyramide Productions,Caméra One; Cor, 85 min


PARTIR - bom filme de adultério, tema comumente abordado por realizadores franceses, num enredo muito bem montado e amarradinho.
O começo parece apontar um caminho, com a sequência da esposa que, feições crispadas, levanta-se da cama. A imagem abre para uma geral externa da bela casa, então, ouve-se um tiro. A partir desta cena é que realmente começa PARTIR, de Catherine Corsini, que, fazendo um flashback* de seis meses, esclarece o encadeamento e o porquê dos fatos atuais.
Vendo este filme, mudei crenças e conceitos que sabia, ou pensava conhecer. Até então eu pensava conhecer as coisas e seus opostos. Aquilo que a gente aprende em listas quando ainda está na escola primária. Por exemplo, o contrário de frio é quente; o de alto é baixo; o de amor, ódio. Certo? Bem, de acordo com o enredo de Partir, eu diria que nem tanto.
A história meio comum: mulher casada de classe média alta (SUZANNE), dois filhos adolescentes, formada fisioterapeuta, cujo marido é médico (SAMUEL), lá pelas tantas resolve retomar sua carreira, interrompida quando fez opção pelo lar, o marido e os filhos. Nada demais até aí, não fosse o fato de vir a se envolver emocionalmente com alguém (IVAN) – pedreiro encarregado da reforma do seu futuro consultório.
A narrativa, de certo modo fica centrada na figura da mulher - (Kristin Scott Thomas -atriz inglesa- foi muito elogiada pela crítica ao dar um show de interpretação) – embora os demais personagens do triângulo amoroso também mereçam destaque. No desenrolar da trama, a gente percebe que Suzanne é uma esposa burocrática, dona de casa eficiente e mãe padrão. Suas atitudes com os filhos não agregam uma dose a mais de carinho, enquanto o relacionamento com o marido é um tanto formal e até meio distante, talvez pela rotina de vinte anos iguais. De repente ela conhece Ivan (Sergi López), apaixona-se, e a atração entre eles é intensa e imediata. A chamada “química perfeita”.
O marido, quando descobre o caso, quer saber quem é ele e quantas vezes aconteceu, tornando-se possessivo ao extremo. Sua próxima atitude, (ao menos a que pareceria mais lógica, era ele passar a odiar a mãe de seus dois filhos pela traição a tudo que prometeram, os anos de dedicação, amizade, intimidade. Entretanto, não é o que acontece. Aquela porção de amor, - se é que algum dia existiu - ao desabar, não faz surgir o desamor ou o ódio, mas o apego e sentido de posse do macho ferido no mais profundo de seu ser. SAMUEL – o marido - então desenvolve uma possessão quase doentia, que não mede os limites de seus atos. Na lógica do traído, um jogo de absurdos, onde a felicidade dela, vislumbrada além muros, fora do lar, é justamente o que ele não admitiria nunca jamais. Com o passar do tempo ele vem a exibir todo seu poder, usando toda força, toda a obstinação de que é capaz, apenas para tê-la a seu lado, ainda que sem amor, amizade ou prazer. Sua, somente sua, esposa que retoma o lugar que lhe é predeterminado: em casa; ao seu lado. Para ter de volta sua rotina ele é capaz de chegar à negação absoluta de tudo que diga respeito às necessidades e desejos dela, que com o amante redescobriu (ou descobriu?) o amor e o prazer.
Há uma linha tênue entre Amor e Obsessão. O Amor que ela salvou acaba desaguando numa paixão impossível. O Amor dele (marido) transmutou-se em vinagre, aço e fel. Foi a perdição dos três.
Bem no fundo, dos dois, (Suzanne e Samuel)- talvez a pessoa mais inteira fosse exatamente ela, que, apesar de tudo, conseguiu manter parte do seu Eu aberto a mudanças. Ela permitiu-se errar, mesmo sabendo que pagaria o preço.


Partir... uma história densa. Passou no Clube de Cinema.
(*) Flashback: memória repentina de um fato do passado.
(elisilvéria)

UM CORPO QUE CAI, Hitchcock e A Fantasia da Realidade

Em Um Corpo que Cai (Vertigo), o mestre Hitchcock está em sua melhor forma. Acredito que seu maior talento consiste em multiplicar camadas de significados sem que nenhuma delas rompa completamente uma com as outras truncando o fluxo da narrativa. Vertigo é tudo o que Cristopher Nolan queria fazer em seu ambicioso A Origem, mas que foi perdido em um formalismo exibicionista. Aliás, revendo Metrópolis, de Fritz Lang, percebi que A Origem cai num problema similar ao proposto por aquele filme: “como multiplicar camadas de significados sem fazer com que o público se perca completamente nas associações?” A solução de ambos foi apelar para o didatismo, o que não tira a força de Metrópolis, especialmente por seu caráter alegórico que sempre direciona o sentido para outro lugar, mas empobrece muito a narrativa de Nolan, prendendo o espectador à forma e ao brilhantismo egocêntrico do diretor. Foi o preço pago pela inovação: as camadas de significado vão sendo inseridas bruscamente ao longo do filme por meio de cortes radicais que inserem novas camadas narrativas e não uma multiplicidade de sentidos, presentes desde o início. É o que Leonardo Di Caprio deixa bem claro, uma idéia bastante simples (no fundo, uma questão de cunho comercial), que precisa se tornar um grande aparato hollywoodiano, o filme que assistimos. No frigir dos ovos, entretanto, a forma sobressai e atoniza o conteúdo.



Desde a tomada inicial de Vertigo, Hitchcock deixa claro que seu assunto vai para além de (sem deixar também de ser) um simples caso de mistério. Ainda nos créditos iniciais a câmera focaliza o belo rosto de Kim Novak, para, na seqüência, fechar em close primeiro na boca, e depois nos olhos da atriz. Está dado o mote da discussão que permeia todo o filme. Áudio-visual, o próprio cinema, o processo de (re)constituição da história para o espectador. O crítico Ismail Xavier costuma enfatizar bastante essa dimensão do cinema de Hitchcock, a genialidade com que o cineasta coloca em cena um terceiro elemento: o próprio espectador, ou melhor, seu olhar. Outro clássico nessa linha é Janela Indiscreta, em que o cineasta coloca como protagonista (de novo James Stewart com cara de Ivo Holanda inglês, aquele sujeito absolutamente comum). Um detetive que não pode andar, reconstruindo um crime a partir de pistas tiradas do processo de observação das janelas dos apartamentos vizinhos - fazendo com que seus filmes discutam seu próprio processo de constituição, requisito que os torna exemplares (ou quase) do cinema moderno, suscitando a admiração declarada de cineastas como Truffault.
No caso de Um corpo que cai, é clara a relação entre o detetive vivido por James Stewart e o espectador. O que acompanhamos no filme é a construção de uma fantasia, uma ficção feita para apanhar\cativar o detetive\espectador. No encontro inicial entre o detetive e o suposto marido, este constrói uma história que é uma farsa total, completamente absurda e inverossímil, que tornaria o filme mais próximo de um terror lado B mal feito. O detetive, como o espectador, a princípio não cai na lorota, mas, por fim aceita a proposta que vai ser sua perdição: ao invés de negar completamente desde o início, aceita dar uma observada de leve na moça. Igual aqueles filmes em que a gente diz: “vou assistir só um pedacinho”. Aberta essa concessão, tudo está perdido e lá se vai hora e meia. No momento em que ele aceita o contrato, tudo se perde e acompanharemos com ele a transformação daquela ficção inverossímil em verdade cinematográfica, com direito a história de amor romântica com macho protetor e fêmea inocente perdida. A genialidade do filme consiste, entre outras coisas, em não abrir mão por nenhum momento de seu caráter de história absurda - que fica ainda mais evidente pelo contraste com a rudeza da segunda parte, em que a moça é uma descarada (a típica mulher moderna para o cineasta, um tipo que ele detesta e sempre faz questão de desmascarar ou matar – veja Os Pássaros, Psicose, etc.) e o homem é um ser completamente em frangalhos. Acompanhamos a moça por cenários fantásticos típicos, como cemitérios, igrejas abandonadas, museus antigos, etc. A mensagem transmitida é bastante clara: vou construir para o detetive\espectador um cenário de novela romântica do século passado, só que deixando bem claro que não estamos no século passado, e fazendo com que ambos embarquem completamente nessa fantasia e a sintam como realidade. Melhor ainda, vou nitidamente construir essa realidade na frente de seus olhos, e ainda assim você vai cair como um patinho. Alguém aí duvidou da morte da moça? Tanto o filme é sobre a construção desse olhar que o primeiro contato efetivo entre o detetive e a esposa só se dá depois de um longo tempo. Antes acompanhamos diversas sequências sem diálogo, em que a história é construída pelo diretor\marido para o detetive\espectador, até atingir seu clímax, quando Madeleine se atira ao rio, e seu salvador pronta e pateticamente corre para salvá-la. Sim, Hitchcock está nos tirando e manipulando o tempo todo neste filme, desde o início.




Uma das cenas do filme é bastante paradigmática nesse sentido, sendo um dos marcos da história do cinema. Cristopher Nolan deveria ter mesmo feito um intensivão Hitchcock, e estudado essa cena por meses antes de se arriscar com A Origem, pois toda a idéia de multiplicação de camadas narrativas está contida nessa única cena, por conta da multiplicidade quase infinita de camadas de representação ali condensadas. É aquela em que o detetive segue Madeleine até o museu, e encontra a moça a olhar fixamente para um quadro, cujo figurino é bem próximo daquele que ela está usando no momento. Caso nos detenhamos com atenção sobre aquilo que está sendo representado, é absolutamente impressionante a quantidade de multiplicação de olhares presentes na constituição daquela fantasia. Nós, espectadores, estamos observando o detetive que está observando uma mulher que finge (representa) ser Madeleine, que pensa ser uma mulher do século passado, que observa um quadro de si, que por sua vez já é uma representação de alguém. Ao fim dessa quantidade absurda de mediações, o que temos não é a verdade, mas outra representação: o quadro, onde tudo começa\termina, nos devolvendo o olhar e (re)começando o jogo infinito de espelhamentos. O cinema e a vida como processo de construção é a raiz do mistério encenado pelo mestre do Suspense e do Cinema. Mas o filme vai além – estamos apenas na metade da história – colocando ainda outras questões, como se não bastasse a reflexão feita sobre o olhar cinematográfico em uma nada convencional história de suspense. E aqui podemos compreender a admiração do filósofo esloveno Zizek, um heterodoxo marxista lacaniano que escreveu um livro inteiro sobre o cineasta, ou antes, sobre como Hitchcock pode ajudar na compreensão da psicanálise lacaniana (Tudo o que você sempre quis saber sobre Lacan, mas tem medo de perguntar para Hitchcock – infelizmente sem tradução para o português). Pois é certo que acompanhamos a exposição do processo de construção dessa história estapafúrdia, fantasiosa, na qual embarcamos na maior boa vontade junto com o pobre detetive.
Mas o filme coloca em discussão ainda um segundo aspecto: o que acontece então quando essa ficção claramente construída nos é tirada abruptamente? A resposta é dada por aquela cena que mais parece uma viagem de ácido - outra ousadia técnica do filme, que utiliza inclusive animação. Depois do julgamento do reino masculino do qual o detetive é banido por incapacidade vem o desmoronamento da ficção do macho romântico protetor. É a perda da fantasia - e isso é fundamental - e não a perda da realidade, que causa o Trauma na personagem. O trauma é o fim abrupto da fantasia, a emergência do Real. A mensagem do filme não é, portanto, a de que o cinema é uma ilusão em que o espectador é levado a um simples processo de fuga da realidade. Mais complexo que isso, a ideia que sobressai é a de que essa fantasia (incluindo a cinematográfica) é uma componente estrutural fundamental de nossa realidade, dando forma a nossos desejos. A rigor não existe realidade sem o suporte da fantasia. O oposto da fantasia não é a realidade, e sim o Real traumático.
Na sequência do filme, pós-trauma acompanhamos o distúrbio psicológico do detetive, que teve sua vida arrasada, ficando por um longo período internado. Mas, mesmo após receber alta, percebemos que ele não consegue se recuperar completamente, vivendo sempre à procura de tudo que possa lembrar Madeleine, sem conseguir dar um rumo a sua própria vida, e muito menos descobrir alguma verdade por detrás dos acontecimentos passados. Seguimos uma subjetividade estraçalhada. Não um homem preso num mundo de fantasias, mas um homem sem fantasias. É aí que Hitchcock opera uma inversão genial no gênero policial - em seus grandes filmes ele sempre insere um elemento que rompe com o gênero em algum nível - ao fazer com que o protagonista descubra a verdade e se recupere do trauma, não indo atrás de vestígios e buscando pistas que permitirão a dedução lógica da verdade (modelo policial clássico), mas fazendo o caminho inverso, mergulhando outra vez na fantasia, reconstruindo-a como ela foi, enquanto farsa. É só quando ele consegue reconstruir Madeleine tal qual ela era para seu imaginário - o que implica em um processo de violência masculina e de submissão da mulher a esse imaginário, pois o olhar que se constrói no filme é masculino e culmina com a negação mais absoluta da mulher, sua morte no momento em que encarna por completo o papel que a nega e constitui - é que pode finalmente superar seu trauma, conseguindo desvendar a verdade, com resultados também trágicos, diga-se de passagem, especialmente para a mulher.
O filme trata do processo de construção da fantasia e da fantasia cinematográfica pelo olhar, mas trata também do grau de realidade dessa fantasia, seu caráter de estruturação simbólica do mundo. Como mostra a cena do museu, nada existe para além da multiplicação infinita dos olhares e das representações, sendo a verdade a própria constituição desse processo. A realidade, enquanto construção ficcional, ideológica, e o grau de realidade dessa ficção. Estão colocados o Cinema e a Indústria Cultural não como máquinas produtoras de fantasias, e sim, de realidades.
É pela complexidade das questões que suscita, sem perder seu caráter de entretenimento dos bons, que Vertigo é considerado um dos melhores filmes da história.
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(Pássaro Preto 18nov2010)

Programação Novembro-2010

CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA
Secretaria Municipal da Cultura e Turismo
Sala “Emílio Pedutti Filho”
Av. Sampaio Vidal, 245 / Sessões: sábados e domingos às 20h15
E-mail: ccmclubedecinema1952@hotmail.com

Embora com algum atraso, conseguimos nos organizar e postar a relação dos filmes selecionados para este mês. Quem perdeu os dois primeiros ainda pode correr e pegar a sessão do dia 13/11.

PROGRAMAÇÃO do Clube – NOVEMBRO/2010

06/11/2010: Sábado A PROVA (Proof) - Direção: John Madden. Elenco: Gwyneth Paltrow, Anthony Hopkins, Hope Davis, Jake Gyllenhaal, Gary Houston. EUA 2005 Drama 100min. Sinopse Catherine (Gwyneth Paltrow) é uma jovem atormentada pelos anos em que esteve cuidando de seu pai, Robert (Anthony Hopkins), um gênio da matemática que sofria de esclerose no fim da vida. Temendo enlouquecer que nem seu pai, Catherine se afasta de todos e vive isolada em sua casa. Na véspera do seu aniversário de 27 anos reaparece em sua vida Claire (Hope Davies), sua irmã, e Hal (Jake Gyllenhaal), um ex-aluno de Robert. Hal deseja pesquisar nos 103 cadernos escritos por Robert em seus anos de esclerose, desejando encontrar algo que possa ter alguma lógica, mas também se interessa por Catherine. Já Claire chega à cidade desejando vender a casa da família e fazer com que Catherine more com ela em Nova York.

07/11/2010: Domingo SEDUÇÃO (Cracks) – Direção: Jordan Scott. Elenco: Eva Green, Maria Valverde, Jonathan White, Alistair Rumble, Barbara Adair. Inglaterra/Irlanda 2009 Drama 104min. Sinopse Mrs. G (Eva Green) é professora de uma austera escola para garotas. Enquanto a maioria das professoras são severas e rígidas, Mrs. G é uma mulher a frente de seu tempo, com espírito jovem e aventureiro, fazendo questão de transmitir isso para suas alunas. Mas, o destino está prestes a mudar, quando a jovem e bela Fiamma (Maria Valverde), uma estudante espanhola, se matrícula na escola. A garota insiste em preservar sua independência o que chama a atenção de Mrs. G. Conforme os laços se tornam mais íntimos, segredos e mentiras virão à tona com a descoberta de que a relação entre professora e aluna é mais do que simplesmente acadêmica.

13/11/2010: Sábado A ÁRVORE DOS TAMANCOS (L'Albero degli Zoccoli) - Direção: Ermanno Olmi. Elenco: Luigi Ornaghi, Francesca Moriggi, Omar Brignoli, Antonio Ferrari, Teresa Brescianini. Itália/França 1978 Drama 180min. Sinopse Vencedor por unanimidade da Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cannes, A Árvore dos Tamancos é a obra-prima do cineasta italiano Ermanno Olmi (A Lenda do Santo Beberrão). Conheça a vida e as dificuldades de uma comunidade de camponeses da região de Bérgamo, no norte da Itália. Uma das famílias decide colocar o filho na escola em vez de utilizá-lo na lavoura. É o início de uma série de problemas, pois a escola fica muito longe e eles mal têm condições de comprar roupas para o menino. É dificil não se emocionar com a história dessa gente humilde e trabalhadora, contada com muito realismo e poesia.

14/11/2010: Domingo NOVA YORK, EU TE AMO (New York, I Love you)– Direção: Zach Braff, Mira Nair, Emanuele Crialese, Brett Ratner, Natalie Portman, Shekhar Kapur. Elenco: Natalie Portman, Orlando Bloom, Shia LaBeouf, Julie Christie, John Hurt, Hayden Christensen, Rachel Bilson, Chris Cooper, Drea de Matteo, Ethan Hawke, Kevin Bacon, Bradley Cooper, Blake Lively, Christina Ricci, James Caan, Robin Wright Penn, Goran Visnjic. EUA/França 2009 Comédia/Romance/Drama 112min. Sinopse Seguindo a ideia de sucesso proposta em 'Paris, Eu Te Amo', agora com 'Nova York, Eu Te Amo' o romantismo é levado para a Big Apple. Doze cineastas assinam, cada um, um curta de cinco minutos para falar do amor. Além do elenco de estrelas, com participações de Kevin Bacon, Andy Garcia, Irrfan Khan, Shia LaBeouf e Christina Ricci.

20/11/2010: Sábado A FITA BRANCA (Dass Weisse Band) – Direção: Michael Haneke. Elenco: Susanne Lothar, Josef Bierbichler, Leonie Benesch, Gabriela Maria Schmeide, Leonard Proxauf. Áustria/França/Alemanha/Itália 2009 Drama/Mistério 144min. Sinopse Um vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. A história de crianças e adolescentes de um coral dirigido pelo professor primário do vilarejo e suas famílias: o barão, o reitor, o pastor, o médico, a parteira, os camponeses. Estranhos acidentes começam a acontecer e tomam aos poucos o caráter de um ritual punitivo. O que se esconde por trás desses acontecimentos?

21/11/2010: Domingo RETRATOS DE FAMÍLIA (Janeburg) - Direção: Phil Morrison. Elenco: Embeth Davidtz, Alessandro Nivola, Alicia Van Couvering, Will Oldham, Frank Hoyt Taylor. EUA 2005 Drama 106min. Sinopse A região sul dos Estados Unidos e o jeito simples de seus habitantes sempre encantaram a sofisticada marchand Madeleine (Embeth Davidtz). Recentemente ela se casou com George (Alessandro Nivola), nativo de uma cidade provinciana do sul. Quando ela tem que visitar um pintor que mora perto da cidade natal do marido, o casal decide aproveitar a oportunidade para apresentar Madeleine à família dele. De repente Madeleine se vê no meio de estranhos desconfiados que não pretendem recebê-la como membro da família. Com a única exceção de Ashley (Amy Adams), esposa do irmão mais novo de George, que se encanta com Madeleine e decide tratá-la como sua mais nova amiga de infância.

27/11/2010: Sábado QUANTO VALE OU É POR QUILO? - Direção: Sérgio Bianchi. Elenco: Ana Carbatti , Cláudia Mello , Myriam Pires , Leona Cavalli , Umberto Magnani. Brasil 2005 Drama 104min. Sinopse Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.

28/11/2010: Domingo A LESTE DE BUCARESTE (A Fost Sau N-a Fost?) - Direção: Corneliu Porumboiu. Elenco: Mircea Andreescu, Teodor Corban, Ion Sapdaru, Cristina Ciofu, Luminita Gheorghiu. Romênia 2006 Comédia 90min. Sinopse Há 16 anos houve uma revolução na Romênia com a queda do ditador Ceausescu. É dezembro e o natal se aproxima. Pisconi, um velho aposentado, se prepara para passar mais um natal solitário. Manescu, professor de História, não quer gastar o salário todo para pagar dívidas. Jderescu, dono da emissora de TV local, não tem interesse em tirar férias. Com a ajuda de Piscoci e Manescu, Jderescu quer apenas uma resposta para a pergunta que se faz há 16 anos: ''Houve mesmo revolução nessa cidade?''

Agradecimentos: videolocadoras Bimatos e Canal 10

(eli silvéria
11/nov/10)

TROPA DE ELITE 2 – caveira é osso duro de roer

1995/2010 ..........Tantos anos se passaram desde o lançamento de “CARLOTA JOAQUINA, Princesa do Brasil", uma deliciosa comédia que contava as aventuras da Infanta Espanhola e a chegada da corte portuguesa no Brasil Império.
Em tom de farsa, o filme relata a infância de Carlota Joaquina na virada do século XVIII para o XIX: sua chegada com dom João VI e a corte portuguesa ao Rio de Janeiro e sua permanência na cidade até o retorno de ambos a Portugal. Este filme, considerado um marco na chamada Retomada do Cinema Nacional, teve de enfrentar imensos desafios. Pouco antes do início de sua produção, o então presidente Fernando Collor, havia promovido a extinção da Embrafilme e do Concine, em 1990, praticamente paralisando a produção cinematográfica brasileira. Com orçamento modesto de 630 mil reais e formas altamente criativas de distribuição e produção, sem prejuízo da qualidade, Carlota Joaquina teve mais de 1,3 milhão de espectadores, e cerca de 22 mil fitas de vídeo do filme foram vendidas. Segundo a cineasta CARLA CAMURATI, o filme rendeu uma bilheteria de aproximadamente R$ 6,5 milhões, um feito espetacular para a época.



Produção:
Direção José Padilha
Produção Marcos Prado
Produção executiva: Leonardo Edde
Roteiro José Padilha/Braulio Mantovani
Narração Wagner Moura
Elenco original:
Wagner Moura
Irandhir Santos
André Ramiro
Milhem Cortaz
Sandro Rocha
André Mattos
Maria Ribeiro
Tainá Müller
Género: Ação
Idioma original: Português
Música: Pedro Bromfman
Diretor de arte: Tiago Marques
Cinematografia: Lula Carvalho
Edição Daniel Rezende
Distribuição Zazen Produções[2][3]
Lançamento 8 de outubro de 2010


Hoje, se ainda não podemos falar em consolidação e plena maturidade do cinema nacional, ao menos já somos capazes de acreditar que estamos no caminho. O processo histórico identificado pelo nome Retomada, iniciado com a princesa Carlota da diretora Carla Camurati, deu início a um longo caminho, até desaguar neste TROPA DE ELITE 2 – O inimigo agora é outro, com desempenho altamente positivo e até mesmo surpreendente em termos de bilheteria. Cálculos não oficiais apontavam que até dia 12/Outubro, Tropa 2 já teria sido visto por 1.3 milhão nos cinemas, batendo CHICO XAVIER e SE EU FOSSE VOCÊ 2, e consolidando-se como o grande ‘blockbuster” da indústria cinematográfica brasileira.
Para evitar que o filme “vazasse” por meios não convencionais, foram tomadas medidas de extrema segurança na premiére em Paulínia –interior de SP -, que incluiu revista na entrada, apreensão de celulares e câmeras e portas com detectores de metais. Citando um bordão famoso do primeiro "Tropa", que causou polêmica por ter ido parar em bancas de camelôs do Brasil meses antes da estreia oficial, o diretor, escaldado, garantiu que, desta vez, “pirataria nunca serão!”.
Com o sucesso de público, é inegável admitir que estamos diante de um produto de excelência. A gente pode até não gostar do estilo: (Estética da Violência) – e achar que o diretor José Padilha carrega um pouco no vermelho sangue, porém, a qualidade e cuidado nos detalhes, além do tom de denúncia e da discussão de fundo, acabam por superar qualquer coisa.
A presença de Wagner Moura (ele atua também por detrás das câmeras e assina a coprodução junto com Bráulio Mantovani) faz grande diferença na maneira como é contada a nova versão. Neste segundo episódio, quinze anos depois, há claras referências a questões de ética, de poder e mando, de corrupção e mentiras. Mesmo não tendo pretensões ao didatismo, evidente em NOSSO LAR, outro sucesso brasileiro de 2010 – com Tropa de Elite 2 aprendi e aferi uma série de coisas acerca de um mundo não muito distante do lugar onde estamos:
a) que os problemas técnicos apontados por Wagner Moura são infinitamente pequenos e não comprometem a qualidade da obra como um todo; b) o ritmo é muito bom do começo ao fim e faz de TROPA 2 uma obra dinâmica; c) Wagner Moura faz um coronel Nascimento bastante crível, alíás, o ator sempre dá o seu melhor aos personagens que interpreta, embora tenha alguns concorrentes à altura (como Dan Stulbach e Lázaro Ramos entre outros) d) Não deixa de ser uma ironia que em torno do lançamento do filme tenha sido montada uma verdadeira operação de guerra a fim de evitar o “vazamento” que ocorreu com TROPA DE ELITE 1; e) O som do filme está excelente, embora não se possa dizer o mesmo sobre a dicção de alguns atores. Chega a ser irritante, mas em certos momentos, algumas falas de Maria Ribeiro, que faz a ex-esposa de nascimento são absolutamente ininteligíveis. Seria aconselhável colocar legendas; f) O Brasil é um dos países com maior população carcerária do mundo e isso nos está levando a..... lugar nenhum. g) No mundo paralelo, não muito longe deste onde vivemos, a vida humana não vale absolutamente nada. h) O universo das facções é essencialmente masculino. Nele, a mulher, quando “erra”, sofre punição exemplar, ainda mais severa que aquela destinada aos homens. i) Existe uma relação de promiscuidade mal definida entre: Mídias, a classe política e milícias, tudo girando em torno da disputa de poder. j) Mesmo homens educados e disciplinados para obedecer ordens, às vezes não o fazem, o que altera todo o rumo da história.
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Abaixo, um quadro comparativo das maiores bilheterias do cinema brasileiro pós Retomada:
1. ‘Tropa de Elite 2’* (2010) — 1.295.280 espectadores
2. ‘Chico Xavier’ (2010) — 585.560 espectadores
3. ‘Se Eu Fosse Você 2’ (2009) — 560.600 espectadores
4. ‘Nosso Lar’ (2010) — 541.853 espectadores
5. ‘Carandiru’ (2003) — 468.293 espectadores
6. ‘Os Normais’ (2003) — 421.091 espectadores
7. ‘Olga’ (2004) — 385.968 espectadores
8. ‘Os Normais 2’ (2009) — 361.161 espectadores
9. ‘Se Eu Fosse Você’ (2006) — 315.520 espectadores
10. ‘Cazuza — O Tempo Não Para’ (2004) — 294.194 espectadores
extraído do site: http://vejasp.abril.com.br/blogs/cinema-filmes/tropa-de-elite-2-bilheteria/
outros sites pesquisados:
http://cinema.cineclick.uol.com.br/noticia/carregar/titulo/tropa-de-elite-2-supera-estreias-e-lidera-bilheteria-pela-quarta-semana/id/28485
http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=16&idnot=33976
http://www.tropa2.com.br/ Oficial

(por eli silveria
09/Nov.2010)

ANIVERSÁRIO - Discurso do presidente dr. Altino Therezo, no 58º aniversário do Clube de Cinema de Marília


Dr. ALTINO discursando em 16 de outubro de 2010


Boa noite às autoridades aqui presentes e ao público em geral. Estamos aqui para comemorar o qüinquagésimo oitavo aniversário do Clube de Cinema de Marília, carinhosamente chamado CCM. Agradecemos desde já ao Luca Bernar e ao Lúcio Prado pela sua apresentação. Como sempre, eles foram brilhantes!!! Reconhecemos também a colaboração de nossa contadora de estórias, Simone de Lima, que com sua maneira toda especial, deverá se apresentar logo a seguir. Somos também gratos aos sócios do CCM, às autoridades aqui presentes e a todos que aqui vieram para prestigiar uma instituição cultural tão importante como é o CCM.
Com um passado glorioso, tendo à frente por muitos anos o saudoso Benedito André, o CCM se destacou pela programação eclética e sobretudo pela entrega do prêmio Curumim, projetando o nome de nossa cidade regional e nacionalmente. Após um período de relativo ostracismo, com pendências contábeis e jurídicas, o CCM está se reerguendo como instituição que sempre marcou a cultura de nossa cidade.
Com uma nova Diretoria, os aspectos jurídicos e financeiros estão sendo regularizados, graças, sobretudo, ao trabalho de nossos advogados, o Dr. Luís Fernando Cardoso, vice-presidente do CCM e Dr. Alexandre Cerqueira César Júnior, conselheiro fiscal, a quem eu peço que se levantem com uma salva de palmas.
Também foi muito importante para o reerguimento do CCM o esforço entusiasmado e sempre animado de nossa primeira tesoureira, a Srta. Diva Rodrigues de Souza, a quem eu solicito também se levantem com uma outra salva de palmas.
Pelas sugestões de filmes, pelas pesquisas dos roteiros, pela divulgação nos jornais, pela manutenção do nosso blog, pelo trabalho de limpeza e conservação do clube, pela remodelação dos móveis e por tantas outras coisas, agradeço a Pedro de Marco, suplente, Irene Hilário de Almeida, suplente, Hilda Capanacci, conselheira, Elionora Silvéria, conselheira, Luzinete Francisco, suplente, além de Mônica Monteiro Garavello, minha delicada esposa. A todos eles, peço que se levantem com muitas e calorosas palmas!




dr.ALEXANDRE , dr.ALTINO e YARA PAULI, Secretária de Cultura e Turismo de Marília.

Feita a apresentação da nova Diretoria, gostaria agora de agradecer aos antigos dirigentes, principalmente às professoras Lourdes Horiguella e Regina Moralles, que apesar de todas as dificuldades, se dispuseram a permanecer na Diretoria do Clube por muitos anos, preservando assim a sua integridade.
Sou grato também à nossa Secretária de Cultura, profa. Yara Pauli, ela mesma uma antiga e entusiasmada sócia do CCM, que sempre nos apoiou nessa nova jornada, disponibilizando-nos uma funcionária, a Srta. Márcia Caffer, ajudando-nos na divulgação de nossa programação junto ao Helder Cristiano e se comprometendo a enviar projeto de regularização da ocupação das atuais salas pelo CCM.
Por suas contribuições materiais e artísticas, que estão permitindo a reforma e a acomodação do espaço físico e do acervo do CCM, agradeço às professoras Maria Leandra Bizello e Telma Madio, do curso de Arquivologia da Unesp, ao Dr. Gustavo Rojas e Francisco Quinicci, meus colegas da Unimed, e ao Dr. Roberto Cimino, conhecido arquiteto de nossa cidade, filho de nosso estimado fundador.
Eu, como presidente do CCM, encerro este discurso fazendo minhas últimas considerações a respeito do cinema propriamente dito. Há pouco tempo, me perguntaram o que um médico como eu, que trabalha com o microscópio, tem a ver com filmes. Ora, eu lido com imagens, interpretando-as e dando sentido a elas. Pois é justamente isso o que acontece com todo mundo na vida diária, quando tentamos entender a realidade que nos cerca. E nesse particular, o cinema, não só com as imagens, mas também com o som, pode tornar a nossa vida mais compreensível e mais leve.
E é por isso que o CCM existe e vai continuar a existir: para proporcionar a todos a possibilidade de assistir a um bom filme que nos leva à reflexão e que nos mude de sessão para sessão.
Porém, não é só de filmes que o CCM pretende sobreviver, mas sim da ampliação de nossas atividades, com a disponibilização do nosso acervo, a realização de cursos de cinema, a integração com outras formas de arte, e talvez, no futuro, a volta da premiação Curumim.
Com todos esses projetos em mente, me despeço, lembrando a todos que, além de outros discursos, teremos ainda a apresentação da nossa contadora de estórias e, logo após, o filme “Sob a Mesma Lua”, com entrada franca. Muito obrigado!
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postado por elisilvéria
em 05Nov10