Carnaval Atlântida/enxurrada de alegria



Os filmes brasileiros de antigamente possuíam um quê de Magia e Encantamento.


Gênero: comédia
Direção: José Carlos Burle
Roteiro: Vitor Lima, Berliet Júnior
Produção: Décio Alves Tinoco
Música original: Lírio Panicalli
Coreografia: Juliana Yanakiewa
Fotografia: Amleto Daissé
Edição: José Carlos Burle, Waldemar Noya
Direção de arte: Pablo Olivo
Figurino: Gilda Bastos, Osvaldo Mota
Maquiagem: Paulo Carias
Efeitos sonoros: Aloísio Viana, Jesus Narvaes, Antonio Gomes, Ercole Baschera
País: Brasil

Elenco:
Oscarito ............. Prof. Xenofontes
Grande Otelo.......... Empregado do Estúdio
José Lewgoy .......... Conde Verdura
Eliana Macedo......... Regina
Renato Restier........ Cecílio B. de Milho
Cyll Farney........... Augusto
Cuquita Carballo...... Fifi
Colé.................. Pedro
Maria Antonieta Pons.. Lolita
Iracema Vitória....... Aurélia
Wilson Grey........... Amestrador de pulgas
Dick Farney
Blecaute
Nora Ney
Francisco Carlos

Um claro exemplo dessa delicadeza está presente neste CARNAVAL ATLÃNTIDA, Br. 1952, um típico exemplar das chanchadas musicais. Malícia ingênua, na dose certa de se assistir com toda a família, nem mais, nem menos.



O enredo também é simples: Oscarito é o prof. Xenofontes, compenetrado professor de mitologia grega contratado por Cecílio B. de Milho (Renato Restier) como consultor da adaptação do clássico Helena de Tróia para o cinema. Dois empregados do estúdio, que trabalham como faxineiros, sonham em transformar o épico grego numa comédia carnavalesca. Carnaval Atlântida é uma paródia exemplar do gênero “chanchada”, visto como opção viável às superproduções de fora.

Uma rápida lida no enredo é suficiente para nos fazer prever as confusões e trapalhadas que virão, sempre recheadas de grandes números musicais. Esse Carnaval Atlântida joga com elementos do popular e do erudito em situações deliciosas que nos levam a conhecer um Brasil de outra era, em ritmo mais cadenciado, mas também permite um mergulho nas raízes de nossa cultura, presente tanto no enredo quanto nas canções. Uma pena que o gênero chanchada tenha se acabado.
Tido como um Gênero Menor em face da cinematografia “séria”, a chanchada hoje é tema de inúmeros debates e trabalhos acadêmicos, pois guarda um repositório de elementos simbólicos, essenciais para se saber o Brasil daquele momento. Críticas à parte, nenhum outro gênero cinematográfico foi tão popular no Brasil, sendo os fatores que permitiam a crítica justamente os que mais agradavam a plateia...
José Lewgoy era muito novinho, bem como Oscarito. A presença de Grande Otelo é garantia de boa atuação e muita gargalhada. Outros nomes que admiro são: Eliana Macedo, Dick Farney, Colé, Nora Nei e Blecaute. Merece destaque a relação de 26 números musicais, (alguns clássicos da Música Brasileira), interpretados por grandes artistas:


"No tabuleiro da baiana" (Ari Barroso), com Grande Otelo e Eliana Macedo
"Acho-te uma graça" (Benedito Lacerda, Haroldo Lobo e Carvalhinho)
"Agora é cinza" (Alcebíades Maia Barcelos e Armando Vieira Marçal)
"Ai que saudade da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago)
"É bom parar" (Rubens Soares)
"Rasguei a minha fantasia" (Lamartine Babo)
"Serpentina" (Haroldo Lobo e David Nasser)
"O teu cabelo não nega" (João Valença e Raul Valença)
"Ninguém me ama" (Fernando Lobo e Antônio Maria) com Nora Ney
"Um domingo no jardim de Allah" (Lírio Panicalli e Ewaldo Ruy)
"Marcha do conselho" (Paquito e Romeu Gentil) com Bill Farr
"Valsa da formatura" (Lírio Panicalli e Claribalte Passos), com a orquestra de Chiquinho
"Dona Cegonha" (Armando Cavalcanti e Klecius Caldas) com Blecaute e Maria Antonieta Pons
"Quem dá aos pobres" (Klecius Caldas e Armando Cavalcanti) com Francisco Carlos
"Máscara da face" (Armando Cavalcanti e Klecius Caldas)
"Pastorinhas" (Noel Rosa e João de Barro)
"Pirata" (João de Barro e Alberto Ribeiro)
"Se a lua contasse" (Custódio Mesquita)
"Um pierrot apaixonado" (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa)
"Praça 11" (Herivelto Martins e Grande Otelo)
"Marcha do sapinho" (Humberto Teixeira e Norte Victor), com Oscarito e Maria Antonieta Pons
"Mambo caçula" (Benicio Macedo e Bené Alexandre), com Maria Antonieta Pons e Oscarito
"Cachaça" (Mirabeau Pinheiro, Lúcio Castro e Heber Lobato) com Grande Otelo e Colé Santana
"Baião" (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga)
"Alguém como tu" (José Maria de Abreu e Jair Amorim), com Dick Farney
"Queria ser patroa" (M.Pinto e Airão), com Eliana Macedo
(elisilvéria-out2010)

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