Informativo do Clube de Cinema

" O CURUMIM" edição 2o. bimestre 2011 - parte 2a./2


O último tango

(Por Ignácio de Loyola Brandão)

Há filmes benditos e filmes malditos. O que dizer de O Último Tango em Paris? Sacudiu os anos 70, restaurou a carreira de Marlon Brando, então execrado por Hollywood, lançou uma estrelinha que assombrou o mundo pela sua audácia, Maria Schneider, firmou Bernardo Bertolucci. Sexo explícito (nem tanto, mas ousado) e uma linguagem nova e inquietante espantaram a hipocrisia da ditadura brasileira. Nem deixavam publicar fotos. No Uruguai, outra ditadura, exibiam o filme e havia caravanas até lá para assisti-lo. No Brasil foi liberado apenas no ocaso do militarismo feroz, em 1979, e mesmo assim com alguns cortes. Eles não davam o braço a torcer. Uns dizem que O Último Tango foi um filme libertário. Visto hoje é quase inocente, porém é preciso olhar com os olhos daquela época. Hoje apenas os que a viveram terão a percepção do que significou. Brando teve sorte nos anos 70. Depois de O Último Tango ele entrou para O Poderoso Chefão e ganhou um Oscar, recuperou seu prestigio, reiniciou suas manias. Foi o derradeiro gigante de Hollywood. Hoje tem uns bons, mas meia boca perto dos verdadeiros atores. Vi o filme certa tarde em Paris, onde estava a trabalho, fazia a revista Planeta aqui. Um dia de muita chuva, desci do metrô nos Champs-Elysées e corri duas quadras, me molhei, mas consegui ingressos. Assisti duas vezes, comprei fotos do filme, revistas sobre, o que consegui, gostava de me documentar. Hoje em DVD o filme entra em qualquer casa. Bendita a democracia. Quem não se saiu bem da empreitada foi Maria Schneider que, depois, só acertou um filme com Antonioni, Profissão: Repórter. Era cedo demais para o estrelato mundial e para as pressões. Também não era uma atriz formada, apesar de filha de um grande ator francês, Daniel Gelin. Ela andou ao contrário da vida em desamores, drogas, bebida. Morreu cedo. Quando vi que a Schneider já tinha quase 60 anos me assustei. Nessas horas vemos como tudo é rápido, como o ontem vira o amanhã em dois minutos.

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Loyola Brandão, escritor e jornalista, 35 livros publicados, começou como crítico de cinema e nos anos 50 frequentou muito Marilia e o Clube de Cinema.Vivia na alfaiataria do Roberto Cimino batendo papo. Ele diz que Cimino deve ter atrasado muitos ternos de clientes, porque numa conversa sobre cinema esquecia tudo. Fez também programas juntamente com Fausto Canova na rádio local, quando estava em férias aqui.

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A Banda

comentários: Rosa Maria Batista Dantas - Cinéfila, Psiquiatra (Docente da FAMEMA) e Psicanalista pela SBPSP (Soc. Bras. de Psicanálise de SP)

Bikur Ha-Tizmoret / The Band’s Visit)

O filme é uma produção de Israel/França/EUA, no ano de 2007, baseada em um fato real e tem como diretor e roteirista o israelense Eran Korilin, que vem acumulando prêmios em diversos festivais de cinema.

A Banda, apesar de ser uma produção com baixo orçamento, recebeu uma indicação ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro. Ganhou 2 prêmios no European Film Awards, nas categorias: de Melhor Ator (Sasson Gabai) e Descoberta do Ano. Foi ainda indicado na categoria de melhor roteiro. Ganhou o Prêmio da Juventude, o Prêmio FIPRESCI e o Juri Coup de Coeur, na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes. Ganhou o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio do Público, no Festival de Copenhagen. Vencedor do prêmio de Melhor Filme, de acordo com a Academia de Cinema de Israel, foi desqualificado da disputa na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2007 porque metade da obra é falada em inglês. Isto foi uma pena, pois certamente diminuiu a divulgação deste filme que trata de maneira singular sobre um tema universal: a solidão.

Os oito membros da Banda Cerimonial da Polícia de Alexandria (Egito) desembarcam no aeroporto de Telaviv para ir tocar numa cidade do interior de Israel, onde no dia seguinte vai ser inaugurado um Centro de Cultura Árabe. Como por problema de idioma não conseguem se fazer entender, vão parar numa outra cidade no meio do deserto ao sul da Palestina. Lá chegando, descobrem que só haverá outro ônibus na manhã do outro dia, e assim eles ficam nesta cidade acolhidos por Dina, que é uma mulher liberada e com bastante iniciativa.

Neste filme somos presenteados com uma ótima trilha sonora, onde aparece o jazz (referencia a Chet Baker) e também música árabe. A fotografia é belíssima; o ritmo do filme é às vezes lento (tempos estendidos, ao estilo do diretor Antonioni), e também com características do cinema de Wim Wenders. O que é perfeito e casa muito bem com o cenário escolhido. Mergulhamos assim no universo da solidão, não só do lugar em si, mas muito mais no dos personagens, tanto dos músicos quanto das pessoas que ali vivem.

Com o decorrer do filme, quase podemos nos esquecer de que os personagens pertencem a dois grupos tradicionalmente conflituosos entre si: egípcios e israelenses. No entanto, a história mostra o quanto estes dois povos, algumas vezes inimigos, são parecidos. Esse é também um grande atrativo neste filme. Os personagens são universais, facilmente identificáveis e verossímeis, independente de qualquer nacionalidade. A exposição do mundo interior desses personagens, mostrados apenas como pessoas comuns, com suas aspirações, frustrações, medos e tentativas de acolher o outro, é conduzida com sensibilidade, sutileza, humor e leveza como todo diretor versado na arte e na magia do bom cinema é capaz de realizar.

È um prato cheio para os cinéfilos. Assistam!!!! Procurem em sua locadora ou pelo telefone: 34225746.

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Histórias do Cine Marília (Zugudu)

Ah!... as matinês de domingo. Será que a criançada de hoje sabe o significado de uma matinê? Para nós, nascidos nos anos 50, era assim: início da sessão às duas horas da tarde, término às cinco. Mas chegávamos em frente ao Cine Marília uma hora antes para a troca de gibis - Batman, Zorro, Cavaleiro Negro, Pato Donald, Recruta Zero, entre tantas outras capas - raridades que hoje são cobiçadas por colecionadores.

No saguão da sala de espera, uma passagem obrigatória pela bomboniere. Ali, entre balas Chita e 7 Belo, moedas e cigarrinhos de chocolate Pan, havia um confeito muito especial, bala de coco, embalada como nas melhores festas de aniversário, feita artesanalmente pela minha madrinha, tia Bindinha, professora, esposa do Altino, filho do "Seu" Alfredo Therezo, dono do Cine Bar. Na condição de afilhado, tinha algumas prerrogativas com o meu tio, mais conhecido como "Catuta". Lembro que levava uma nota amarelinha de Cr$ 2,00 (dois cruzeiros), que homenageava o Duque de Caxias, e pedia como todo menino suas guloseimas. A nota voltava junto com o pedido, um punhado de confeitos, em quantidade maior do que o valor do pedido, para degustar durante o filme inteiro.

Na sala de exibição, antes da sessão, música ambiente sob a responsabilidade de orquestras famosas como Simonetti, Tabajara, Ray Coniff, entre tantas. E o início era precedido por um verdadeiro ritual: as cortinas, que não deixavam a tela nua, abriam-se lentamente, afastando-se uma da outra, bailando ao som do "tam, tam, tam, tam, tam, tam..." - é bom frisar não se tratar de nenhum hino dedicado à empresa aérea do fazendeiro Novaes - a TAM- nascida Táxi Aéreo Marília e que hoje voa internacionalmente, impulsionada pela família Rolim. Era apenas o tema musical de abertura da sessão, tão esperado pela criançada e tão presente na memória 50 anos depois...

Antes do filme passava o jornal de notícias – Canal 100, se não me engano - trazendo a imagem de JK no meio de candangos na construção de Brasília, mostrando um futebol que nos levava para dentro do gramado. Depois vinha o principal, geralmente um filme de faroeste ou história infantil da Disney. E como sobremesa, um "seriado": funcionava em capítulos, a exemplo das novelas de hoje, mas tínhamos de esperar a continuidade até o próximo domingo para saber o que fariam Batman e seu fiel escudeiro Robin contra as forças do mal. O cinema, com assentos de madeira, foi construído com portas laterais de saída, que davam para a Rua Campos Sales.

À noite, tempo de Atlanta: Oscarito, Zé Trindade, Grande Otelo, Mazzaropi, só para lembrar de alguns protagonistas, compunham os grandes sucessos de bilheteria. As filas desciam da Sampaio Vidal até a Rua 4 de Abril. Dos estrangeiros, assisti maravilhas como "Melodia Imortal", "Por Quem os Sinos Dobram", "Assim Caminha a Humanidade", "Meu Passado me Condena" e, particularmente, o filme "Escravas do Medo", nome original Experiment in Terror, um suspense do diretor Blake Edwards,que me fez prender a respiração em várias cenas. No elenco brilhavam Glenn Ford, Lee Remick, Ned Glass, Stefanie Powers, Roy Poole, Anita Loo, Patricia Huston, Gilbert Green, Clifton James, Al Avalon.

Há marcas indeléveis na minha memória sobre o Cine Marília: as cadeiras reservadas para o Prefeito, Juiz e Delegado, vestidas com capas de pano e respectivos cargos grafados. Não sei porque o privilégio não contemplava o bispo, depois arcebispo Dom Hugo Bressane de Araújo. Provavelmente não gostava, fora o vinho, dos prazeres da arte mundana.

Lembro do Festival de Cinema com a entrega do Troféu Curumim. O palco, fixo frente à tela, era utilizado em raras ocasiões, quando eventos importantes aconteciam. O Festival de Cinema era um deles, justificava a presença de uma orquestra tocando ao vivo antes da entrega do troféu, com inspiração indígena (Curumim significa menino no idioma Guarany), às celebridades que vinham, principalmente, de São Paulo e Rio de Janeiro.

Recordo-me que certa vez a UMES-União Mariliense dos Estudantes Secundários organizou um coquetel no saguão para recepcionar Chico Buarque de Hollanda e Toquinho, por volta das cinco da tarde, contratados pela entidade para um show, à noite, no Yara Clube. Deram o "cano", não prestigiaram o nosso esforço, preferiram beber num boteco lá pelos lados da Rua Coronel Galdino. Mas, durante o show, nos bastidores, se a memória não me falha, o saudoso Galileu (Fernando Mazzini) conseguiu um autógrafo do Chico, no violão que levara especialmente para a assinatura.

Ah!... Cine Marília, não seria o que foi sem o gerente Ezequiel. Ficou famoso o grito da plateia: - "Ôôô!!! Ziquié Mentiroso!", toda vez que o filme era interrompido por falta de energia ou quebra da fita. Conta o folclore que certa vez, em São Paulo, dois marilienses, que não se conheciam, estavam numa mesma sessão de cinema. Quando surgiram algumas imagens distorcidas na tela, um deles não pestanejou e tascou: "Ôôô!!! Ziquié Mentiroso!". O conterrâneo devolveu: "Sai daí, caipira de Marília!"

O Ezequiel, inclusive, sofreu as consequências de um assalto às bilheterias do cinema, autoria de dois beatniks marilienses, jovens inconseqüentes, por sorte, não à mão armada. Levou uma paulada na cabeça que deixou marcas por um bom tempo no couro cabeludo, na verdade com escassez de cabelos. O Ezequiel era um pouco albino, cheio de pintas na pele. Há suspeitas que um dos rapazes saiu da cena do crime direto para o confessionário na Igreja Santo Antonio. E, segundo a lenda, o sacerdote não guardou o segredo sagrado da confissão. Será?

O Cine Bar ficava no prédio ao lado; funcionava como complemento arquitetônico do cinema, cordão umbilical. Ali se fabricava um sorvete dos deuses, havia um pássaro preto ensinado, que alçava pequenos voos no seu interior, parando nos ombros dos Therezo. À noite, a rapaziada tomava Hi-Fi nas mesas disputadas na calçada, em frente ao bar, de olho no desfile feminino pela avenida principal. O garçon Elias, gordinho, alegre e satisfeito, sempre alinhado com a sua farda tipo smoking, camisa branca impecável e gravatinha borboleta, sabia da vida de todo mundo e fez parte desta história por mais de 30 anos.

Ah!... Cine Marília, palco do meu primeiro de beijo na boca. Tinha 15 anos naquele começo de abril de 1966. Estávamos no mezanino do cinema, recém-reformado, que recebeu novos assentos e virou o setor Pullman. Acho que ela usava um vestido vermelho de veludo, pois combina mais com as minhas reminiscências. Sentado a poucos metros, havia um ex-namorado,inconformado, com muito ódio no coração, deixado naquele dia pela sua princesa encantada. Saímos antes da sessão terminar.

Ah!...Cine Marília, de tão boas lembranças, destruído para dar espaço à construção de um banco, frio e sem o glamour dos romances na tela e na plateia. A derrubada ocorreu em 1983 e o prefeito era o Abelardo Camarinha, mas, justiça seja feita, com raras exceções, poderia ser qualquer alcaide deste Brasil, sem forças e sensibilidade para resistir à destruição de "coisas belas".

Luiz Casadei Manechini (Zugudu) é jornalista, com mais de 30 anos de atuação nos principais meios de comunicação de São Paulo. Nascido em Marília, deixou a cidade aos 20 anos, a exemplo de tantos jovens da época, rumo à metrópole, para seguir os estudos e trabalhar.

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Ata & Desata

Nas atas de 11 de dezembro de 1977 e de 08 de janeiro de 1978 (993ª e 994ª reuniões), determinava-se a ida de Benedito André, Paulo Ernesto e Alberto Nardi Jr a Botucatu, para rever a programação do CCM, frente à proposta da Empresa Teatral Pedutti de assumir as sessões das 10:00 horas (ou seriam 22:00?) aos domingos. Projetava-se em 35 mm "Escalada ao Poder", em 17 e 18 de dezembro; "Inverno de Sangue em Veneza", em 24 e 25 de dezembro (em pleno Natal!!!); em 01 e 02 de janeiro (Ano Novo!!!!), "O Pedestre"; em 07 de janeiro, " O Jogo com o Fogo".

Recebidas cartas de felicitações pelo Natal e Ano Novo de Max Feller, Secretário de Estado dos Negócios da Cultura, Ciência e Tecnologia; Wilson Santoni; Carlos Vieira; Amy Courvasier; Emil Lufti; Anselmo Duarte; Octavio Torrecilla; Federação Santista de Teatro Amador; Banda Marcial do Colégio Cristo Rei; Rádio Clube de Marília, Clube de Cinema de Porto Alegre; Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas; Cinema International Corporation; ETP; Indústrias Melhoramentos; Columbia Pictures; Cinedistri; Consulado Geral da Suécia e da Noruega.

Compareceram às reuniões Antônio Carlos Franco (presidente) e os diretores: Benedito André, Marília Regina de Freitas, Maria de Lourdes Horiguella e Darcy Christianini. (T.Therezo)

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"O Cisne, o negro e o branco"

Impressiona pela magia e beleza o filme "O Cisne Negro", merecidamente ganhador de Oscars e contagiante pelo seu enredo. A história retrata o esforço que faz uma bailarina norte-americana para ser bem sucedida em sua carreira, em grande parte influenciada pelas restrições e pressão psicológica de sua mãe e de si própria. Renunciando à vida, aos seus prazeres e às suas vicissitudes, no intuito de se entregar cada vez mais à técnica e aos estudos, nossa heroína perde o sentido de viver. Por isso mesmo, torna-se incapaz de transmitir vida, espontaneidade e naturalidade ao seu bailado. Em outras palavras, não tem brilho, não é livre, não é tão humana como gostaríamos que fosse.

É simplesmente aterrador e ao mesmo tempo fascinante vermos desfilar na tela o fracasso afetivo da bailarina, em grande parte devido à falta de sexualidade que a personagem demonstra, provocada pela castração e controle da mãe. Percebendo a luta que se trava no interior da bailarina, é o seu diretor que lhe chega a dizer: "a única pessoa que pode te atrapalhar é você mesma". É mais esplendoroso ainda como o filme nos mostra o poder da sexualidade em nos fazer indivíduos e únicos. De fato, sem o amor que ela nos proporciona, cada gesto se torna automático, o nosso comportamento fica sem graça, tudo acaba sem vida.

Castrada, a bailarina não é capaz de se soltar em sua dança, tornando-se uma personagem sombria, que mais lembra um autômato do que um ser humano. Livre por alguns momentos do jugo materno e de sua própria crítica, ela se torna única e viva, legítima representante da natureza humana, com que muito nos deleitamos quando nos vemos representados. Sempre dividida entre o bem, simbolizado pela mãe, pelo status quo, pela técnica e pelo cisne branco, e o mal, representado pela inovação, pelas amigas, pela sua maturação como mulher, pela verdadeira arte e pelo cisne negro, a bailarina não consegue enxergar como podemos possuir ambas as faces e, por isso mesmo, acaba partindo sua personalidade ao meio, apresentando então surtos esquizofrênicos.

Apesar disso e talvez por causa da aceitação de seu lado "mal", a bailarina consegue o seu momento de glória, dançando de maneira espetacular: naquela hora, no palco, é ela mesma que está ali, em sua plenitude e totalmente íntegra, livre das amarras sexuais e de qualquer preconceito, pronta para brilhar, adquirindo de maneira tão intensa a natureza humana que, por estes instantes, ela se aproxima da própria imagem do Criador.

É neste ponto também que a música de Tchaikowsky se apresenta com o máximo de sua força, nisto consistindo um outro segredo e uma outra surpresa do filme. Com efeito, se os acordes da "Dança do Cisne" tivessem se mostrado desde o começo da história, eles não teriam tido o impacto que obtiveram ao terem se apresentado no fim. Que extraordinário recurso do diretor ao proceder assim com a música, já que deixa-se para o ponto mais emocionante da história os sons inebriantes de Tchaikowsky, que enchem os nossos ouvidos,ao mesmo tempo que nos transportam para um mundo belo e irreconhecível, tão cheio de luz que ele é.

E o que o próprio Tchaikowsky diria sobre a continuidade de sua música, ao sabê-la ainda executada tantos anos após sua morte? Pois bem: o filme começa com uma afirmação do diretor sobre o fim próximo do balé. Talvez ele acabe um dia, assim como a boa música, a literatura e o próprio cinema-arte. Mas ao ouvirmos a música esplendorosa e absoluta de Tchaikowsky, podemos ter certeza de que tudo isso vai permanecer. Pelo menos, por um bom tempo ainda. (T.Therezo)

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Frases cinematográficas

"-Eu não sou má, só fui desenhada desse jeito". Por Jessica Rabbit (com a voz de Kathleen Turner) a Bob Hoskins em "Uma Cilada para Roger Rabbit", 1988.

"-Se um homem dissesse isso para mim, eu quebraria o seu pescoço. Eu sou um homem! Bem, eu queria dizer um homem muito menor". Por Woody Allen e Uncle Sasha em "A Última Noite de Borus Grushenko", 1975.

"-Eu não vivo com você. Nós ocupamos a mesma jaula". Por Elizabeth Taylor a Paul Newmann em "Gata em Teto de Zinco Quente", de 1958.

"-Eu a odeio tanto. Não consigo parar de pensar nela nem por um minuto". Por Glenn Ford sobre Rita Hayworth, em "Gilda", de 1946.

"-Onde está o resto de mim?". Por Ronald Reagan a Ann Sheridan, depois de ter as pernas amputadas, em "Em Cada Coração Um Pecado", de 1941. "-Rosebud". Por Orson Welles, ao morrer, em "Cidadão Kane", de 1941.

"- Nunca odeie os seus inimigos. Afeta o seu julgamento". Por Al Pacino a Andy Garcia, seu sucessor, em "O Poderoso Chefão", de 1990.

"-Eu não sou um animal". Por John Hurt, em "O Homem Elefante", de 1980.

Fonte: "Cinema Falado", de Renzo Mora, Lemos Editorial, 1999.

PS: A propósito, quem disse "A Terra é Azul" foi Yuri Gagarin, o primeiro homem a ir para o espaço, num vôo da Vostok-1, da ex-URSS. Aliás, o vídeo e o áudio do lançamento de Gagarin está disponibilizado para download no YouTube (Fonte: O Estadão, 12-04-2011, A18). É evidente que Gagarin não pronunciou isto num filme, mas para os cinéfilos é como se fosse, não é mesmo? (T.Therezo)

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Lançamento em DVD - RED-aposentados e perigosos

Nada como envelhecer com dignidade.

Amadurecer é saber que algumas coisas na vida mudam inevitavelmente, mas outras coisas devem permanecer. É clichê, mas deve-se manter uma certa jovialidade, que é um estado de espírito.

Quem cresceu nos anos oitenta assistindo filmes de ação não esquece de Bruce Willis, o eterno John McLane de Duro de Matar, e tantos outros personagens marcantes.

O fato é que Bruce Willis envelheceu, mas não perdeu sua verve de ator para papéis de durão. E, junto com Morgan Freeman e John Malkovich, Willis estrelou um dos filmes mais divertidos de 2010 e que saiu recentemente em DVD por aqui.

RED - Aposentados e Perigosos é um filme sensacional. Não só pelas atuações brilhantes, mas também pelo roteiro envolvente, uma montagem eletrizante e direção competente.

O filme conta a história de Frank Moses (Bruce Willis), um agente da CIA aposentado, que mora sozinho e passa o tempo conversando por telefone com a garota da assistência social, Sarah Ross (Mary-Louise Parker), que cuida de sua aposentadoria.

Eis que Frank começa a ser perseguido por assassinos desconhecidos. Eles descobrem sua ligação com Sarah e ele vai protegê-la. Para descobrir o que está acontecendo e quem está tentando matá-lo, Moses conta com a ajuda de Joe Matheson (Morgan Freeman), Marvin Boggs (John Malkovich) e Victoria (Helen Mirren), todos agentes aposentados.

Assim começa uma trama cheia de surpresas, que faz com que estes senhores tenham que pôr em prática todo seu conhecimento e habilidades com armas. O filme é explosivo e engraçadíssimo. John Malkovich está impagável como um agente paranóico que vive escondido com medo de satélites,telefones celulares e internet. É o típico coadjuvante que rouba a cena. Bruce Willis tem um timing para comédia surpreendente e Mary-Louise Parker também apresenta uma atuação brilhante.

O longa é dirigido pelo "novato" Robert Schwentke. Diretor alemão que tem neste RED seu primeiro filme de grande sucesso comercial. Schwentke apresenta uma direção dinâmica e caprichada, deixando os atores bem à vontade em seus personagens. A montagem é eletrizante, acrescentando muito ao filme nas cenas de ação. O roteiro esperto e envolvente é de autoria de Jon Hoeber e Erich Hoeber, autores de Terror Na Antártida (2009).

Este filme é mais que recomendado. Divertido e interessante, com grandes atuações. Grande opção para fins de semana monótonos!

por: Paulo Argollo paulo.g.argollo@gmail.com

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Errata: Na edição passada publicamos que as placas com os nomes de Benedito André e Roberto Cimino nunca tinham sido afixadas. Na verdade, elas o foram, porém, posteriormente acabaram sendo retiradas. (T. Therezo)

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(posted elisilvéria)

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