Clonagem em visão quase infantil = Eu, minha mulher e minhas cópias/Multiplicity



Direção: Harold Ramis, EUA, 1996

Com: Michael Keaton, Andie MacDowell, Zach Duhame

Roteiro: Chris Miller (conto e roteiro), Mary Hale (roteiro), Lowel Ganz (roteiro), Babaloo Mandel (roteiro)

Música: George Fenton

Cor, 117 min.

Gênero: Comédia/Fantasia/Ficção Científica


Esse é um filme de 1996, e devo confessar que os poucos comentários disponíveis não são muito elogiosos (cinéfilos geralmente são pessoas exigentes). Entretanto, se levarmos em conta que as comédias de Hollywood geralmente provocam muxoxos e bocejos, essa pode até ser considerada bem interessante.

Mais uma história de papai workaholic ...../”work.a.hol.ic” = segundo o Michaelis, pessoa que tem necessidade compulsiva de trabalhar muito/; – homem super ultra competente se entrega às imposições do trabalho, não conseguindo se equilibrar entre as exigências de suas tarefas e as da sua família. Quase à beira do estresse, a sorte lhe manda um cientista, Leeds, renomado geneticista que propõe auxiliá-lo, construindo um clone perfeitamente idêntico que o possa ajudar realizando algumas tarefas.

As situações hilariantes são construídas com simplicidade. O grande diferencial está na performance de MICHAEL KEATON, que tem de trabalhar em dobro, ou triplo, para dar conta dos vários personagens, já que precisa contracenar consigo mesmo.

Legal ver como de um jeito simples, (estamos em 1996, começo das pesquisas e estratégias de clonagem humana) – afloram as tendências elementares do arquiteto Doug Kinney: ora o ser durão, competente profissional que, sozinho, dá conta de tudo sem se cansar, ora o marido atencioso e delicado que sabe até cozinhar – e gosta disso! Sem falar no número quatro infantil: limitada massa dos instintos mais elementares a serem satisfeitos. Em 1997, pouco antes de ser lançado nas locadoras, o tema clonagem era absolutamente atual, com o sucesso do clone da ovelha Dolly feito por cientistas escoceses.

Ao mesclar exageros -próprio do gênero comédia - sem excessos, MULTIPLICITY, no original em inglês, se faz crível, terno e verdadeiro. Quando sobrecarregados de trabalho e responsabilidades, quem nunca desejou secretamente ter uma ‘ajudinha’ pela multiplicação do eu ou do tempo? Este enredo muito bem construído e otimamente dirigido por Ramis, mostra que a multiplicação pode não ser a melhor solução. HAROLD RAMIS demonstrou toda sua versatilidade, seja trabalhando como ator: Melhor é impossível” (1997) seja na parte técnica, como em “Máfia no divã” (1999), ou ainda como ator e técnico em Ghostbusters” (1984 e 1989). Eu, minha mulher e minhas cópias talvez seja tão engraçado e ao mesmo tempo despretensioso, por falar um pouco de si mesmo. De seus múltiplos papéis no campo da arte cinematográfica: ator, diretor, roteirista e produtor.

Michael Keaton dispensa comentários. Muitos vão lembrar dele principalmente pelo protagonismo em Batman (1989) e Batman Returns (1992), mas pode-se dizer que seja um especialista em tudo. De 1978 (A Different Aproach) a 2011 (Carros), uma carreira recheada de sucessos.

Hilária a cena em que DOUG convoca uma autêntica conferência familiar para esclarecer certos pontos e determinar que ninguém, absolutamente ninguém faça amor com sua mulher, no caso de sua ausência eventual, com o que todos concordam e até mesmo apóiam. Apenas não contavam com uma pequena eventualidade.... O que fazer caso a iniciativa partisse dela?

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(elisilvéria)

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