Jerry Lewis - Stanley/ele mesmo
Ficha técnica
- Estúdio: Paramount Pictures / Jerry Lewis Productions
- Distribuição: Paramount Pictures
- Direção: Jerry Lewis
- Roteiro: Jerry Lewis
- Produção: Jerry Lewis e Ernest D.Glucksman
- Música: Walter Scharf
- Figurino: Edith Head
- Edição: Stanley E. Johnson
Este filme, escrito, dirigido, produzido e estrelado por JERRY LEWIS, não é um filme comum, nos moldes de Hollywood. Pode ser considerado um “diário visual”, sem história e sem enredo; um apanhado de instantes da vida de um verdadeiro louco, segundo declaração de seu apresentador logo na primeira cena.
Em The bellboy (título original) - Lewis começa a exercer a direção, graças ao estímulo de seu amigo Frank Tashlin. O filme agradou e fez excelente bilheteria nos EUA logo na primeira semana, indicando que o público se identificava com o gênero pantomima, non sense, onde J.Lewis demonstra toda sua genialidade quando encarna Stanley, um mensageiro “mudo” e atrapalhado do sofisticado Hotel Fontainebleau, em Miami Beach, na Flórida.
Jerry Lewis é o nome artístico adotado por Joseph Levitch (16 de março de 1926), comediante, roteirista, diretor, produtor e cantor norte americano, famoso por suas comédias pastelão, nos palcos, filmes, programas de rádio e TV. Seus pais eram artistas e imigrantes europeus, judeu-russos. A ele é creditada a invenção do vídeo assist - um aparelho de videotape capaz de reproduzir cenas recém filmadas, que viriam ajudá-lo em sua dupla função (ator//diretor) – já que o aparelho permite rever imediatamente as últimas tomadas. Lewis queria arrumar um jeito em que ele pudesse ver-se no cargo de diretor, até quando ele mesmo estivesse em cena. Daí teve a idéia de usar um vídeo monitor para rever a cena pouco depois de ela ter sido gravada. Com essa invenção, Lewis foi premiado com o Golden Light Technical Achievement Award.
Lewis começou a atuar aos cinco anos, (mais uma criança prodígio) - e aos quinze tinha descoberto o seu talento, que consistia em dublar canções em um fonógrafo. Primeiramente, iria usar como nome artístico o nome "Joey Lewis", mas depois acabou mudando para "Jerry Lewis", para evitar confusões com o nome de outro comediante, Joe E.Lewis, e com o do campeão de boxe, Joe Louis.
Este “Mensageiro Trapalhão”, de 1960, é um festival de sketches, em que algumas cenas são absolutamente non sense, antológicas. Uma de minhas favoritas é aquela em que ele rege uma orquestra invisível, naquilo que aparentemente é apenas um ensaio. Em outra cena, logo no início do filme, uma voz em off apresenta o hotel e a praia, enquanto ao longe vemos deslizar no céu, por detrás do Hotel Fontainebleu um Zeppelin! Objeto inusitado, mesmo em 1960.
A parceria com Dean Martin é famosa, conforme descrito em sua biografia no livro: Dean & Me: A Love Story, publicado em 2005. Juntos, formavam a dupla Martin & Lewis, de grande sucesso em teatros, casas de shows, e depois em filmes para a Paramount, durante dez anos.
Mestre no gênero onde reinam poucas palavras, porém abunda o gestual, pantomima é a arte de narrar com o corpo, recurso de grande valor para comediantes, clowns, atores, bailarinos, intérpretes enfim. Lewis foi o maior humorista americano da segunda metade do séc. XX. Seus personagens eram anárquicos, subversivos, incapazes de se adaptar ao mundo normal. Neles estão presentes a negação do fácil e a subversão dos costumes.Em “The bellboy”, há uma homenagem ao magro da dupla O Gordo e o Magro, quando Bill Richmond, seu co-roteirista - faz duas aparições caracterizado como Stan Laurel. Aliás, há outras homenagens à dupla, a começar pelo nome do protagonista: Stanley. O longa foi realizado no exíguo prazo de menos de quatro semanas, um dos motivos que levou J. Lewis a dirigi-lo, já que dificilmente algum outro conseguiria concluir a obra num prazo tão curto. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre a vida e o trabalho desse fantástico profissional. Ele está velhinho, mas ainda vivo entre nós.
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(elisilvéria)
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