Bagdad Café = filme de 1987, dirigido por Percy Adlon; coprodução : Alemanha Ocidental/EUA. Elenco:
• Marianne Sägebrecht — Jasmin
• CCH Pounder — Brenda
• Jack Palance — Rudi Coxx
• Christine Kaufmann — Debby
• Monica Calhoun — Phyllis
• Darron Flagg — Salomo
• George Aguilar — Cahuenga
• G. Smokey Campbell — Sal
• Hans Stadlbauer — Muenchgstettner
• Alan S. Craig — Eric
• Apesanahkwat — Xerife Arnie
• Ronald Lee Jarvis — Caminhoneiro Ron
• Mark Daneri — Caminhoneiro Mark
• Ray Young — Caminhoneiro Ray
• Gary Lee Davis — Caminhoneiro Gary
Após umas poucas cenas iniciais ficamos sabendo que Brenda é a proprietária do lugar. Bagdad Café é uma pequena parada para abastecimento de caminhões perdida no meio do deserto de Mojave, próximo a Las Vegas. Um lugar no meio do nada onde se reúnem improváveis representantes da fauna humana, como: um artista de Hollywood aposentado, o xerife indígena, uma tatuadora que também presta “outros serviços” a homens desacompanhados; e uma turista alemã que parece ser muito esquisita.
Breve dona Brenda irá conhecer a sra. JASMIN, turista recém-chegada da Alemanha. O que inicialmente as une é que ambas acabam de se separar de seus maridos. Fora isso, demonstram ter personalidades bastante diferentes e o convívio entre elas parece ter poucas chances de acabar bem.
Brenda, a mulher negra, é autoritária, durona e vive aos berros com todos a seu redor (a filha, o marido, o empregado). É a natureza áspera e rude do deserto. Os negócios não prosperam e ela parece não ter muito jeito para lidar com os desafios diários impostos por eles. Além disso, nada funciona direito no posto de serviços, onde nem mesmo a máquina de fazer café está inteira. Faltam mantimentos, equipamentos, falta ordem e limpeza, enfim, falta quase tudo. Por algum motivo, sra. Brenda fica desgostosa quando a forasteira , invadindo seu espaço, resolve ficar hospedada ali, e, pior ainda, quando decide fazer uma faxina no local. Este simples gesto corriqueiro provoca não o agradecimento, mas a ira da dona. Mal sabia Brenda que o gesto assim tão simples, iria trazer uma atmosfera de liberdade, entendimento e cooperação, contagiando as pessoas do lugar. Pura magia!
Linda a cena em que elas inicialmente se vêem. O que as une naquele instante é a perda recente do amor (maridos); mas, será que existe apenas um tipo de amor no mundo? Enquanto uma enxuga as lágrimas, a outra enxuga o suor e a poeira do árido deserto. Sra. Jasmin que nem devia estar hospedada num lugar tão inóspito, acaba se deixando ficar um pouco mais, como se algo a prendesse a Bagda Café.
“As palavras são poucas, e o silêncio é quebrado pela música de um velho piano e pelos gritos de Brenda. As raízes do caos e da hostilidade cresciam fortes até o momento que Jasmim surge, igualmente perdida e esquecida, mas guiada por sonhos e penetra como hóspede naquele mundo duro e seco. Inicialmente hostilizada por Brenda, conquista espaço aos poucos e de repente, estão todos se ajudando como num passe de mágica. Jasmim limpa, organiza e harmoniza o bar-café e o transforma num ponto de parada obrigatória para motoristas que passam pela região. E cresce, então, a flor dos sonhos, cobrindo as raízes secas da amargura. Desde o início, Rudi Cox foi o único que a compreendeu, talvez por ser pintor tenha conseguido ver luz onde havia apenas sombras. E Jasmim torna-se a amiga estrangeira que fascina e compreende os filhos de Brenda; torna-se a mulher que alimenta as fantasias do velho pintor solitário; e passa a ser a companheira da dona do Café Bagdad. Jasmim, a enorme alemã, liga-se a Brenda, a negra de corpo mirrado, mas ambas são fortes. ‘Bagdad Cafe’ é um filme de contrastes onde surgem as identificações.” Ver refer.completa em: www.pintandomusica.blogspot.com/2010/04/bagdad-cafe.html
A obra tem mensagens positivas sem cair no didatismo fácil. Solidariedade – participação – entendimento – respeito mútuo e empatia, são alguns valores que permeiam o filme. A trilha sonora utiliza som ambiente local, que causa o efeito de nos aproximar ainda mais daquele micro universo. É o som do vento, do bumerang no ar, dos passos na areia do deserto. Lá pelas tantas ocorre uma reviravolta no enredo a partir de gestos simples, pequenas ações realizadas pela turista alemã.
No final fica evidente o protagonismo feminino, a tal ponto que quando Jasmin é pedida em casamento por Rudy (Jack Palance) – declara que vai consultar dona Brenda a respeito. O filme todo é carregado de inferências, metáforas e simbolismo, de tal modo que vale a pena ser visto mais de uma vez para que sejam captadas determinadas sutilezas, invisíveis ao primeiro olhar.
(elisilvéria 20set2010)
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23 de setembro de 2010 às 11:26
Gostaria de divulgar o Clube de Cinema de Marília em meu blog:
http://salasdecinemadesp.blogspot.com
Por favor, me envie um histórico do cinema e fotos para que possa fazer uma bela postagem.
Estou tentando, também, conseguir informações sobre Emílio Peduti Filho. Queria fazer uma mini-biografia e homenageá-lo no blog como um dos grande empresários da exibição cinematográfica no Brasil. Obrigado pela atenção.
23 de setembro de 2010 às 11:42
Adorei o Layout do blog. Lindo!
Parabéns!