BOM NATAL NO CLUBE DE CINEMA
Coral da Unimed faz apresentação especial, em 18/12/2010-sáb., antes da exibição do filme "Mediterraneo", na sala Emílio Pedutti Filho, do CCM.
Plateia saboreia atentamente os acordes da apresentação.
Prestigiando a cantata de Natal: Estela, Lurdinha e Ilda.
A festa continuou domingo (19/dez.) com: Luis Eduardo, esposa de sr.Pedro e Mary Profeta.
(elisilvéria)
Da esquerda para a direita, parte do grupo presente na confraternização de 19-dez (domingo). Na frente: Pedro, Márcia Schafer, Elionora, e Fábio; Marilena (ao lado.de Fábio), Lurdinha (agachada), Ilda e dona Nair.
Atrás: Cleusa, Cláudia, Estela, Diva (blusa roxa), casal Mônica e Altino, dr. Alexandre e Mary Profeta.
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Como parte das celebrações de fim de ano, os associados do Clube de Cinema de Marília reuniram-se em animada comemoração festiva realizada na sede do CCM, à sala “Emilio Pedutti Filho”, localizada no piso superior da Biblioteca Municipal.
No dia anterior, 18 de dezembro, o Coral da Unimed já havia abrilhantado a noite de sábado com seu tradicional repertório natalino, a que se seguiu a habitual apresentação de um filme, para o qual todos estavam convidados. Na ocasião, o presidente do CCM, Dr. Altino Luiz Silva Therezo, ressaltou a reinserção do Clube no cenário cultural da cidade, estando projetados para 2011 o relançamento do jornal “O Curumim” e a realização de concursos de música, de redação e de fotos que versem sobre cinema e a vida que ele retrata. Também foram apresentados os nomes de sócios reintegrados e de novos associados: Dr. Gustavo Rojas, Dr. Carlos Rodrigues, Dr. Everton Gigglio, Dr. Augusto Vilani e Dr. Roberto Cimino (filho do fundador do CCM) que, assim como vários outros, poderão usufruir de bons filmes, comumente fora do circuito comercial, com temas que em geral levam à reflexão e ao melhor entendimento da vida e de nós mesmos.
Torne-se você também um sócio do CCM. Venha participar desta comunidade integrada e animada que somos nós. É o que desejamos a todos, com votos de um Feliz Natal e um 2011 repleto de bons filmes e realizações pessoais. (dr.Altino)
CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA
Secretaria Municipal da Cultura e Turismo
Sala “Emílio Pedutti Filho”
Av. Sampaio Vidal, 245 / Sessões: sábados e domingos às 20h15 /
E-mail: ccmclubedecinema1952@hotmail.com
Olá amigos do CLUBE,
Em meio à agitação das festas que explodem por todo lado nessa época do ano, NÃO deixem de acompanhar a programação preparada com todo carinho para nós. A primeira atração é o filme "Bem vindo", no dia 08 de janeiro, logo após o Réveillon.
BOM NATAL e EXCELENTE 2011.
08/01/2011: Sábado - BEM-VINDO (Welcome) - Direção: Philippe Lioret. Elenco: Vincent Lindon, Firat Avverdi, Audrey Dana. França 2009 Drama 110min. Sinopse Tudo o que o jovem refugiado curdo Bilal quer é fugir da guerra no Iraque e reencontrar sua namorada. Porém, não será uma tarefa fácil, já que agora ela vive na Inglaterra, onde ele sequer pode entrar. Assim, ele decide tentar de qualquer forma chegar ao país, mas a única coisa que consegue é ser um imigrante ilegal em Calais, na França. Lá, além de fugir da rigorosa polícia, ele tem que descobrir uma forma de cruzar a fronteira. Para isso, o rapaz decide que irá cruzar a nado o Canal da Mancha, apesar de não saber nadar. Desta forma, ele entra em contato com Simon, professor de natação de uma piscina pública da cidade. Com problemas no casamento com uma voluntária que ajuda os imigrantes, o francês enxerga em Bilal a chance perfeita para reconquistar sua amada. Porém, como na França é crime qualquer ajuda a um imigrante ilegal, Simon terá que se arriscar para conseguir que seu novo amigo esteja pronto para atravessar o canal.
09/01/2011: Domingo - CLIMAS (Iklimer) – Direção: Nuri Bilge Ceylan. Elenco: Ebru Ceylan, Nuri Bilge Ceylan, Nazan Kirilmis, Mehmet Ervilmaz, Arif Asci, Can Ozbatur. Turquia/França 2006 Drama 101min. Sinopse Isa (Nuri Bilge Ceylan) é um desatento professor universitário. Seu comportamento na sala de aula parece se repetir em casa, quando não presta atenção na jovem esposa Bahar (Ebru Ceylan), que trabalha numa emissora de TV. Egoísta, Isa se comunica com a mulher de forma quase rudimentar e monossilábica. Ela, por sua vez, tem ataques de choro e um comportamento infantil. Isa e Bahar são duas figuras solitárias, arrastadas pelo clima em constante mudança de seu eu interior, em busca de uma felicidade que já não lhes pertence.
15/01/2011: Sábado - DIREITO DE AMAR (A Single Man) - Direção: Tom Ford. Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode, Jon Kortajarena. EUA 2009 Drama 100min. Sinopse Dilacerado pela recente morte de seu amante de longa data em um trágico acidente, George Falconer (Colin Firth) mantém as aparências, ainda visto por outros como um homem no controle. Mas em um dia crucial em 1962, no ensolarado sul da Califórnia onde ele criou raízes, este professor universitário urbano se vê no limite da sua vida. Ele vai descobrir os ecos do passado no presente e vislumbrar versões alternativas do futuro - incluindo a forte possibilidade de nenhum futuro para si mesmo.
16/01/2011: Domingo - O PEQUENO NICOLAU (Le Petit Nicolas) – Direção: Laurent Tirard. Elenco: Maxime Godart, Valérie Lemercier, Kad Merad, Sandrine Kimberlain, François-Xavier Demaison. França/Bélgica 2009 Comédia 91min. Sinopse Nicolas é um garoto muito amado pelos pais que leva uma vida tranquila. Até o dia em que ouve uma conversa entre seus pais que o faz achar que a mãe está grávida. Nicolas entra em desespero e já pensa no pior: ao nascer um irmão, eles deixarão de lhe dar mais atenção. Para escapar de seu terrível destino o menino faz campanha para mostrar a seus pais o quanto é indispensável.
22/01/2011: Sábado - OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES (Män som hatar kvinnor) – Direção: Niels Arden Oplev. Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Be, Björn Granath, Ewa Fröling, Michalis Koutsogiannakis, Annika Hallin, Sofia Ledarp. Suécia 2009 Suspense 152min. Sinopse Harriet Vanger desapareceu há 36 anos, sem deixar pistas na ilha de Hedeby, um local que é quase propriedade exclusiva da poderosa família Vanger. Apesar da longa investigação policial, a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. Mesmo depois de tanto tempo, seu tio decide continuar as buscas, contratando o jornalista investigativo da revista Millennium, Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), que não está em um bom momento de sua vida e enfrenta um processo por calúnia e difamação. Mas, quando o jornalista une-se a Lisbeth Salander (Noomi Rapace), uma investigadora particular nada usual, incontrolável e antissocial, a investigação avança muito além do que todos poderiam imaginar.
23/01/2011: Domingo - A MASSAI BRANCA (Die Weisse Massai) - Direção: Hermine Huntgeburth. Elenco: Nina Hoss, Jacky Ido, Katja Flint, Antonio Prester, Janeke Rieke. Alemanha 2005 Drama 132min. Sinopse Em seus dias de férias no Quênia, Carola (Nina Hoss) apaixona-se por um guerreiro Lemalian, Samburu (Jacky Ido), que chama atenção por suas armas e roupas tradicionais. Fascinada, Carola cancela seu vôo de retorno de uma forma impulsiva e manda seu namorado (Janek Rieke) voltar sozinho para casa. Ela fica no Quênia e inicia uma busca para encontrar Samburu.
29/01/2011: Sábado - DIÁRIO PERDIDO - Direção: Julie Lopes-Curval. Elenco: Catherine Deneuve, Marina Hands, Marie-Josée Croze, Michel Duchaussoy, Jean-Philippe Écoffey. França/Canadá 2009 Drama 105min. Sinopse Ao visitar os pais na sua cidade natal, na França, Audrey (Marina Hands) descobre o diário de sua avó Louise (Marie-Josée Croze), a única lembrança de uma mulher que abandonou sua família cerca de 50 anos antes. A busca de Audrey por compreensão, revela um segredo familiar guardado em silêncio pelos anos, que vai, em última instância, aclarar a relação que tem com a mãe, Martine (Catherine Deneuve).
30/01/2011: Domingo - FEIOS, SUJOS E MALVADOS (Bruttti Sporchi e Cattivi) - Direção: Ettore Scola. Elenco: Nino Manfredi, Maria Luisa Santella, Francesco Anniballi, Maria Bosco, Giselda Castrini. Itália 1976 Comédia 115min. Sinopse Giacinto (Nino Manfredi) mora com a esposa, os dez filhos e vários outros parentes num barraco de uma favela romana. Todos querem roubar o dinheiro que ele ganhou do seguro por ter perdido um olho quando trabalhava. A situação fica ainda pior quando ele decide levar a amante para dentro de casa. Vencedor do prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes concorreu também à Palma de Ouro. FEIOS, SUJOS e MALVADOS é um dos melhores exemplos do trabalho de Ettore Scola, humano e atemporal, apresenta sua realidade tragicômica e faz rir sem deixar de emocionar.
Agradecimentos: À Bimatos Videolocadora (3422-5766) e Canal 10 Videolocadora (3454-9038)
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(elisilvéria)
A Árvore dos Tamancos / L’Albero degli Zoccoli; De: Ermanno Olmi, Itália-França, 1978.
O que mais chama a atenção neste longa de pouco mais de três horas de projeção é o Realismo. Não exatamente aquele neo-realismo que fez escola no cinema italiano, mas um jeito de tratamento que busca, o tempo todo, aproximar, tornar o espectador íntimo daquilo que vai sendo contado. O ritmo, mais lento que aquele que estamos acostumados a ver, também contribui para dar ainda mais verossimilhança, como se o tempo fosse determinado por elementos naturais como a lua, o sol, as estações do ano.
O filme reconstitui a vida numa fazenda da Itália, no começo do séc. XX, onde vivem cinco famílias pobres na condição de colonos.
A árvore dos tamancos é considerado a obra prima do diretor Ermanno Olmi, tendo sido premiado em Cannes 1978. Nele, o diretor optou por trabalhar com atores não profissionais. São pessoas simples, cuja sabedoria é forjada na dureza do arar a terra, abater os animais, colher, vender o produto do seu trabalho, tratar de doenças, do nascimento, da morte, enfim, que não parecem representar, mas simplesmente viver a árdua labuta do homem do campo. Essa seria uma característica do neo-realismo italiano, sendo seus maiores expoentes Roberto Rosselini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti, todos fortemente influenciados pelos filmes da escola do realismo poético francês.
Observando a forma como viviam os personagens nas moradias coletivas, pode-se entender melhor certo tipo de habitação bastante comum em São Paulo, capital, no começo do séc. XX: os cortiços. Os chamados CORTIÇOS, também conhecidos por “casa de cômodos ou cabeça de porco” eram habitações coletivas que abrigavam diversas famílias. Nelas, os imigrantes recém chegados podiam sentir-se mais acolhidos, mais próximos de sua cultura original, hábitos, idioma, podendo se apoiar mutuamente. Essas habitações, tão duramente condenadas em cidades como por exemplo Rio de Janeiro, na verdade não foram inventadas aqui pelos imigrantes que chegavam. Conforme se vê no filme, elas teriam origem muito mais antiga. Por volta de 1870 surgem os primeiros núcleos de cortiços nos bairros centrais da elite paulistana como Sé, Santa Efigênia, Bela Vista, sendo tais formas de habitação ainda mais antigas na cidade do Rio de Janeiro. E o fato interessante é que ainda existam em nossa sociedade: São Paulo, por exemplo, abriga ainda hoje, em torno de 600 mil moradores de cortiços. Quando escreveu o romance O Cortiço, em 1890, Aluísio Azevedo não poderia imaginar que esse tipo de moradia atravessaria todo o século vinte, chegando aos nossos dias basicamente com as mesmas características de exploração e insalubridade.
Entre outros aspectos A árvore dos tamancos é interessante ao permitir traçar um paralelo entre duas histórias vividas. Pois se no começo do século as famílias viviam uma existência limitada de trabalho duro, hábitos rígidos e possibilidades remotíssimas de ascensão ou melhora, muitas delas justamente vinham para o Brasil em busca de um futuro melhor. O filme também nos permite, entre outros aspectos, trabalhar a quebra da visão estereotipada que carregamos, de que os imigrantes sempre estiveram “numa boa”. Ele deixa muito claro que eram pessoas humildes, acostumadas a servir, respeitar os desígnios e leis da natureza, com profundo sentimento religioso, e acima de tudo, acostumadas ao trabalho duro. Italianos, portugueses, espanhóis, japoneses: imigrantes que se dedicaram à construção de um país moderno e que trabalharam tanto quanto os escravos e seus descendentes.
Entretanto, o filme fala de outras terras, um país distante onde a terra era do senhor, sendo o fruto do trabalho dividido entre o lavrador (uma parte) e senhor da terra (duas partes). Também as sementes eram do senhor, bem como as ferramentas. Era esse o regime vigente desde tempos mui antigos, porém, algo começa a acontecer; os ventos da mudança trazem o eco dos discursos e ações reivindicatórias dos estudantes que, ao questionarem aquele estado de coisas, são vistos como arruaceiros, sendo presos. Naquele lugar as pessoas eram exploradas, não pela cor da pele, mas por serem proletárias.
Bom filme para a gente entender certas influências desse povo que tanto contribuiu para o crescimento e modernização do Brasil, tendo chegado em grandes levas migratórias a partir de 1870-1880. Seus valores, costumes e principalmente a língua, que até hoje tem grande influência na fala do paulistano e outros povos. Impossível dissociar a história dos imigrantes da história dos escravos e trabalhadores livres pobres que viviam no Brasil, já que a vinda dos imigrantes deu-se em função do fim do regime escravocrata e começo do trabalho assalariado.
Terno, lírico, real, comovente... De alguma forma o “Realismo” de L’albero degli Zoccoli é diverso daquele mostrado em filmes brasileiros atuais como Cidade de Deus e Tropa de Elite (l e 2); e não me refiro apenas ao fato de traduzirem épocas completamente diferentes.
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(elisilvéria)