O GRANDE BERGMAN


INGMAR BERGMAN foi um talentosíssimo cineasta sueco que viveu entre 1918 e 2007.
Para melhor compreender sua vasta obra é preciso contrapor aspectos macro (as longas tomadas, os planos, e closes, a vasta produção composta de mais de 50 filmes) – com o micro, representado por seu “inferno” pessoal, desnudado reiteradamente em sua obra. Sua paixão pelo teatro, as relações amorosas turbulentas, a vida tumultuada ao lado da mãe passiva e raivosa e do pai autoritário e distante. Que paradoxalmente seria o responsável pelos aspectos mais humanizadores e recorrentes em sua obra: a vergonha e a humilhação.
Escrito em 1989, o livro “Lanterna Mágica” é a autobiografia desse tremendo artista e é também o nome do cinematógrafo – espécie de projetor de cinema, lançado no começo do séc. XX, quando das primeiras tentativas de fixar a imagem em movimento, no que mais tarde viria a ser o cinema. O aparelho simples que troca com seu irmão por soldadinhos de chumbo, se revelaria depois uma das maiores invenções do século XX, trabalhado pela sensibilidade e dedicação do grande mestre que sublimou suas dores e fantasmas pela lente mágica da câmera. No livro, Bergman conta ter se sentido humilhado e raivoso quando seu irmão - e não ele – ganha de presente um pequeno projetor.
O diretor sueco começou sua carreira nos anos 1950 e dirigiu mais de 50 filmes, entre eles "Gritos e sussuros" "Fanny e Alexander",“Persona” e "O silêncio" que o elevaram ao status de um dos maiores mestres do cinema moderno universal.
Para ele “Fanny e Alexander", seria sua obra-prima enquanto cineasta. Produzido em duas versões, de três e de cinco horas, o filme recebeu quatro Oscar em 1984, um deles de melhor filme em língua estrangeira.
"Fanny e Alexandre" é um panorama detalhado de uma família de classe alta de Uppsala nos anos que antecederam a 1ª Guerra Mundial. O garoto Alexander, 10 anos, e sua irmã Fanny, 8, são mental e fisicamente abusados pelo padrasto, o bispo local, inspirado no pai de Bergman. Além de “Lanterna Mágica” (1989) o dramaturgo revelou sua vida privada e profissional nos livros: "Imagens" (1993) e "Crianças de Domingo" (1994), adaptado para as telas por seu filho Daniel. Entre seus longas estão os célebres: "Morangos Silvestres" (1957), "O Sétimo Selo" (1957), "Gritos e Sussurros" (1972), "A Flauta Mágica" (1975), "O Ovo da Serpente" (1978). Seus temas preferidos incluíam a SOLIDÃO; a passagem do TEMPO e a MORTE. Em sua longa cinematografia, Bergman foi mestre em levar às telas temas existencialistas. Ao todo, ganhou sete prêmios no Festival de Cannes e dois em Berlim.


Nascido a 14 de julho de 1918 em Uppsala, ao norte de Estocolmo, Ingmar Bergman foi casado cinco vezes, teve nove filhos e sua vida privada o levou a ser alvo constante da atenção pública. Faleceu em 30 de julho 2007, e foi enterrado na ilha de Faro, lugar por ele escolhido para viver em reclusão até seus últimos dias.
O filme mostrado dia 08/Out/2011, na programação especial de aniversário do Clube é uma homenagem ao grande diretor sueco, sendo que nele há fortes referências ao tempo em que viveu com sua avó. Narrado em tom cadenciado e intimista A ILHA DE BERGMAN traz lembranças vívidas do enorme apartamento da avó que ele menino visitava; a disposição dos móveis; a vizinhança; os passeios. Com ela visitava frequentemente o cinema local, onde apreciava particularmente as cenas de amor e ternura, ao contrário da anciã, que desdenhava tais manifestações.
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(Elisilvéria)

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