Caros/as amigos/as,
Só para reforçar, lembramos que NÃO haverá projeção de filme no próximo domingo. Em seu lugar, teremos uma programação especial com convidados:
* uma contadora de histórias;
** música ao vivo com a Banda Out e
*** dramatização de músicas e cenas clássicas de filmes famosos, numa recriação do Colégio Bezerra de Menezes.
Domingo, 31-outubro-2011, às 20h00, no Auditório Octávio Lignelli, como parte da Programação Especial de aniversário dos 59 anos do Clube este mês. Aguardamos vocês nesse encontro diferente!
(elisivéria)
INGMAR BERGMAN foi um talentosíssimo cineasta sueco que viveu entre 1918 e 2007.
Para melhor compreender sua vasta obra é preciso contrapor aspectos macro (as longas tomadas, os planos, e closes, a vasta produção composta de mais de 50 filmes) – com o micro, representado por seu “inferno” pessoal, desnudado reiteradamente em sua obra. Sua paixão pelo teatro, as relações amorosas turbulentas, a vida tumultuada ao lado da mãe passiva e raivosa e do pai autoritário e distante. Que paradoxalmente seria o responsável pelos aspectos mais humanizadores e recorrentes em sua obra: a vergonha e a humilhação.
Escrito em 1989, o livro “Lanterna Mágica” é a autobiografia desse tremendo artista e é também o nome do cinematógrafo – espécie de projetor de cinema, lançado no começo do séc. XX, quando das primeiras tentativas de fixar a imagem em movimento, no que mais tarde viria a ser o cinema. O aparelho simples que troca com seu irmão por soldadinhos de chumbo, se revelaria depois uma das maiores invenções do século XX, trabalhado pela sensibilidade e dedicação do grande mestre que sublimou suas dores e fantasmas pela lente mágica da câmera. No livro, Bergman conta ter se sentido humilhado e raivoso quando seu irmão - e não ele – ganha de presente um pequeno projetor.
O diretor sueco começou sua carreira nos anos 1950 e dirigiu mais de 50 filmes, entre eles "Gritos e sussuros" "Fanny e Alexander",“Persona” e "O silêncio" que o elevaram ao status de um dos maiores mestres do cinema moderno universal.
Para ele “Fanny e Alexander", seria sua obra-prima enquanto cineasta. Produzido em duas versões, de três e de cinco horas, o filme recebeu quatro Oscar em 1984, um deles de melhor filme em língua estrangeira.
"Fanny e Alexandre" é um panorama detalhado de uma família de classe alta de Uppsala nos anos que antecederam a 1ª Guerra Mundial. O garoto Alexander, 10 anos, e sua irmã Fanny, 8, são mental e fisicamente abusados pelo padrasto, o bispo local, inspirado no pai de Bergman. Além de “Lanterna Mágica” (1989) o dramaturgo revelou sua vida privada e profissional nos livros: "Imagens" (1993) e "Crianças de Domingo" (1994), adaptado para as telas por seu filho Daniel. Entre seus longas estão os célebres: "Morangos Silvestres" (1957), "O Sétimo Selo" (1957), "Gritos e Sussurros" (1972), "A Flauta Mágica" (1975), "O Ovo da Serpente" (1978). Seus temas preferidos incluíam a SOLIDÃO; a passagem do TEMPO e a MORTE. Em sua longa cinematografia, Bergman foi mestre em levar às telas temas existencialistas. Ao todo, ganhou sete prêmios no Festival de Cannes e dois em Berlim.
Nascido a 14 de julho de 1918 em Uppsala, ao norte de Estocolmo, Ingmar Bergman foi casado cinco vezes, teve nove filhos e sua vida privada o levou a ser alvo constante da atenção pública. Faleceu em 30 de julho 2007, e foi enterrado na ilha de Faro, lugar por ele escolhido para viver em reclusão até seus últimos dias.
O filme mostrado dia 08/Out/2011, na programação especial de aniversário do Clube é uma homenagem ao grande diretor sueco, sendo que nele há fortes referências ao tempo em que viveu com sua avó. Narrado em tom cadenciado e intimista A ILHA DE BERGMAN traz lembranças vívidas do enorme apartamento da avó que ele menino visitava; a disposição dos móveis; a vizinhança; os passeios. Com ela visitava frequentemente o cinema local, onde apreciava particularmente as cenas de amor e ternura, ao contrário da anciã, que desdenhava tais manifestações.
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(Elisilvéria)